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Crónica

Um velório com o morto ainda a respirar

Bruno Vieira Amaral confessa que mudou de canal na 2.ª parte do FC Porto - Benfica, num jogo em que os encarnados se ajoelharam futebolisticamente. O Benfica, diz, “foi reduzido a uma caricatura de equipa, com muito talento individual mas sem uma ideia coletiva”, num encontro tão mau que a meio já se tinha começado a fazer o luto

Foi um desastre, disse Roger Schmidt após a goleada de domingo no Dragão. Tem razão o treinador do Benfica (terá sido a única coisa em que acertou). Mas foi mais do que isso. Um desastre, um acidente aparatoso, desperta sempre uma curiosidade mórbida. Há, em qualquer derrocada, algo de espetacular e de sublime, de belo e terrível. Uma pessoa não consegue evitar a contemplação dos destroços. Não sei quanto aos outros benfiquistas que acompanharam o jogo à distância, mas eu, na segunda parte, mudei de canal e fui acompanhando a “marcha do marcador” pelas patadas que os meus vizinhos davam no soalho. Portanto, foi mais e pior do que um desastre. Foi uma tareia, um corretivo, cinco chapadas de mão aberta, uma humilhação.

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