Já tinha acontecido com Remco Evenepoel no início do Giro, volta a acontecer agora com Geraint Thomas e a INEOS. Ninguém parece estar muito interessado em andar de rosa numa Volta a Itália que tem sido marcada pelo mau tempo e longos bocejos a cada etapa com os principais favoritos, previsivelmente, a guardarem-se para a duríssima última semana.
E é na antecâmara dessa semana que, à 14.ª etapa, a INEOS pouco ou nada fez para controlar a fuga do dia, que se formou logo nos primeiros quilómetros e com uma multidão de gente à procura do triunfo na chegada a Cassano Magnago. Nesse grupo, que posteriormente se foi fragmentando, estava então Bruno Armirail, francês de 29 anos da Groupama-FDJ, o mais bem classificado na geral. Com o passar dos quilómetros, ficou claro que a equipa do líder dispensava o esforço de defender a rosa, não só este sábado como para os próximos dias: interessa, sim, estar bem e sem pressão na terça-feira, quando voltarem as montanhas.
Lá na frente, a vitória seria para Nico Denz, da Bora, a conseguir o segundo triunfo em etapa em três dias. Bruno Armirail chegaria num grupo a pouco mais de 50 segundos de Denz e o pelotão pedelaria em modo passeio, cruzando a meta a mais de 20 minutos.
O que deu e sobrou para o gaulês roubar a rosa que ninguém parece querer a Thomas. Há 24 anos, com Laurent Jalabert, em 1999, que a França não tinha um maglia rosa no Giro. Armirail tem agora 1.41 minutos de vantagem para o galês da INEOS: Com este movimento, João Almeida baixou para 4.º na geral, mas manteve a distância de 22 segundos para Thomas e 19 para Primoz Roglic.