Esperava-se que a definitiva entrada do Giro montanha acima trouxesse mexidas e espectáculo, com a etapa 7 a terminar na primeira categoria de Gran Sasso d’Italia. Mas para a história fica um lindo passeio cicloturista dos favoritos no nevado cume, onde a primavera tarda em chegar.
O vento e o frio que se fez sentir, principalmente na derradeira subida, não ajudou a dar alento a ataques e a vitória acabaria por ir parar a um dos homens da fuga do dia, que marcharam estrada fora mais de 200 quilómetros em escapada. Do trio final, Simone Petilli, colega de Rui Costa na Intermarché-Wanty, parecia o mais talhado para a vitória, mas na luta com Karel Vacek (Team Corratec) e Davide Bais (Eolo-Kometa) foi este último a conquistar a montanha e a etapa, na sua primeira vitória como profissional, aos 25 anos.
Trata-se da primeira vitória nesta edição do Giro da equipa fundada e trabalhada por Alberto Contador e Ivan Basso, dois antigos vencedores da Volta a Itália.
Longos minutos depois chegava o pelotão, em calma peregrinação, com os favoritos a protegerem-se do mau tempo e a não arriscarem ataques, numa fase ainda prematura da prova. Nesta fase, parece que ninguém quer a responsabilidade de envergar e defender a rosa.
Numa etapa onde o espectáculo sofreu e onde o mais bonito foram mesmo as paisagens, Remco Evenepoel ainda tentou dar um cheirinho de show, ao sprintar para ser o primeiro do grupo principal, seguido de Primoz Roglic e de João Almeida. No pelotão aguentou-se também Andreas Leknessund (Team DSM), que manteve a camisola rosa, numa geral que não sofreu alterações entre os mais fortes.
Sábado traz mais uma longa etapa, de novo com mais de 200 quilómetros, feita de altos e baixos e com uma quarta categoria a seis quilómetros da meta. Os espectadores agradeceriam um qualquer ataque, depois de um primeiro dia de montanha que desiludiu - para já, joga-se à defesa no Giro.