Perfil

Ciclismo

Giro. Mads Pedersen faz o pleno nas três grandes voltas, no dia em que se morreu na praia em Nápoles

Por distração ou desorganização do pelotão, a fuga protagonizada por Simon Clarke (Israel-Premier Tech) e Alessandro De Marchi (Jayco), na 6.ª etapa da Volta a Itália, foi neutralizada a apenas 300 metros da meta, onde o dinamarquês da Trek conseguiu finalmente uma vitória que há muito procurava e que junta a triunfos anteriores no Tour e Vuelta. Na sexta-feira, o terreno começa a empinar

Lídia Paralta Gomes

Stuart Franklin/Getty

Partilhar

A volta triunfal por Nápoles, cidade em festa por estes dias - e muito azul e branco do clube recém-campeão de Itália se viu durante os 162 quilómetros da tirada - era uma oportunidade a não desdenhar por parte dos sprinters, em vésperas do terreno irremediavelmente empinar no Giro. E a vitória no final seria para um deles, o dinamarquês Mads Pedersen (Trek), que nas jornadas anteriores já tinha cheirado o triunfo, sem o beber.

Mas foi por pouco.

Porque a distração e posterior desorganização no pelotão quase permitiam que a fuga do dia chegasse isolada à meta. Simon Clarke (Israel-Premier Tech) e Alessandro De Marchi (Jayco) são dois veteranos habituados a estas andanças das escapadas, ambos com vitórias em grandes voltas no currículo. Quando os sprinters se viram na iminência de perder a oportunidade de agarrar uma vitória, já dentro dos últimos cinco quilómetros, um esforço final de equipas como a Trek, Bahrain ou Alpecin ainda foi suficiente para apanhar a inglória fuga, que morreu na praia com o Mar Tirreno já à vista, com Clarke e De Marchi a serem apanhados a menos de 300 metros da meta. Os dois cruzaram a meta, já depois do pelotão, apoiando-se um ao outro num abraço.

E aí o primeiro a atacar foi o colombiano Fernando Gaviria (Movistar), com Jonathan Milan e Mads Pedersen a responderem. O dinamarquês acabaria por ser o mais forte, vencendo pela primeira vez no Giro depois de já ter levantado os braços no Tour e na Vuelta.

O norueguês Andreas Leknessund (Team DSM) chegou com o grupo principal e manteve a camisola rosa, numa etapa sem problemas para os principais favoritos, incluíndo João Almeida (UAE-Emirates) ainda que Primoz Roglic (Jumbo-Visma) tenha sofrido um incómodo problema mecânico já perto do final.

Mas sexta-feira, tudo muda. Serão 218 quilómetros entre Capua e Gran Sasso D’Italia, contagem de montanha de 1.ª categoria no final, com duas de 2.ª categoria a caminho. Os sprinters e homens das fugas dão assim lugar aos candidatos à geral, aos grandes trepadores, numa oportunidade para fazer diferenças.