É uma das imagens da fantástica edição de 2022 do Tour de France. Terminada a 20.ª etapa, contrarrelógio individual em que Wout van Aert voltou a demonstrar a classe que tem, Jonas Vingegaard, vestido com o amarelo que já ninguém lhe tiraria, fundiu-se num abraço com Trine Hansen, sua mulher, que carregava a pequena Frida, filha dos dois, aos braços. As lágrimas de alegria escorriam pelas caras, testemunhas daquele momento, enquanto a criança, vestida com a mesma cor do pai, parecia relativamente indiferente à cena.
Ao terminar em segundo na penúltima etapa, o dinamarquês de 25 anos da Jumbo-Visma garantia virtualmente a vitória na classificação geral individual, a qual se confirmaria no dia seguinte, em Paris. O maior feito da carreira de Vingegaard, que já tinha conseguido ser segundo em 2021, logrando agora destronar Tadej Pogacar, o esloveno que ganhara as duas últimas edições da mais importante corrida do ciclismo e que até há poucos dias parecia imbatível.
Mas, para conseguir impor-se num Tour em que mostrou força na montanha, velocidade no contrarrelógio e serenidade de campeão quando teve de gerir a vantagem perante os muitos ataques de Pogacar, o esloveno não foi o único adversário que o dinamarquês teve de superar. E, talvez por isso, os abraços com a mulher Trine e a companhia da pequena Frida nos festejos, inclusivamente no pódio final de Paris, terão sido tão simbólicos.