Deixar tudo para a última nem sempre é uma nota introdutória do descalabro. Faltava apenas uma semana para o início da primeira fase de qualificação para a BAL (Liga Africana de Basquetebol) quando o Kriol Star soube que ia ter direito a lutar pelo acesso à maior competição de clubes do continente. Joel Almeida, o capitão, teria agradecido que a anatomia o brindasse com mais um par de mãos para tratar de tudo aquilo que era necessário. A lista de afazeres incluía construir um plantel, marcar viagens, arranjar equipamentos e escolher um treinador. No começo do período de aquecimento para o encontro de estreia, disputado na Líbia, dois jogadores ainda não tinham a certeza se estavam homologados. No momento da bola ao ar, a inscrição tinha sido por fim concluída, mesmo a tempo de poderem contribuir.
Hugo Salgado já tinha treinado Joel Almeida quando este passou em Portugal, no Vitória SC e no Lusitânia dos Açores. O técnico português foi “conquistado pelo sonho” de apurar a equipa cabo-verdiana para a BAL e juntou-se ao Kriol Star. “Às vezes, quando juntamos dois lunáticos há coisas que podem acontecer. Foi este o caso”, diz Hugo Salgado à Tribuna Expresso.
Joel Almeida já havia fundado o campeonato nacional de Cabo Verde, que teve início em 2023, mas queria que o arquipélago à deriva no Atlântico desse ainda mais nas vistas. O Kriol Star nasceu especificamente para tentar que o país estivesse representado na BAL, tratando-se de um clube descendente da fundação com o mesmo nome criada por Joel e pelo irmão, Ivan Almeida, jogador do Benfica até ao final da época passada.
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