O escritor Bruno Vieira Amaral fala de factos e de sensações para analisar o FC Porto - Benfica da última quinta-feira, lembrando também uma famosa frase do pugilista Mike Tyson: “Toda a gente tem um plano até levar um murro na cara”
No clássico da próxima quinta-feira, quem estará no banco não será Jorge Jesus nem Sérgio Conceição, mas sim os seus adjuntos João de Deus e Vítor Bruno, que este fim de semana lideraram as equipas em goleadas expressivas. E Bruno Vieira Amaral fala de como por vezes é necessário aos jogadores terem "uma voz apaziguadora, um bombeiro emocional para os incêndios que os superiores teimam em atear"
O escritor Bruno Vieira Amaral fala das aparentes cenas finais do casamento entre Benfica e Jorge Jesus, onde há qualquer coisa de bergmaniano nos silêncios, nos olhares, nas recriminações subtis, no que as palavras escondem mais do que revelam
Bruno Vieira Amaral ouviu Jorge Jesus citar Gandhi na última semana e é com frases do próprio (ou que podiam ser) fala-nos de um dérbi em que o Sporting foi um aparelho que lançou rajadas regulares e cirúrgicas de vento contra o guarda-chuva precário de Jorge Jesus, uma equipa de criações do laboratório do professor Amorim, feita de organismos taticamente melhorados
Bruno Vieira Amaral escreve-nos esta semana em duas partes: primeiro sobre Rúben Amorim e um Sporting que é um clube, e não apenas uma equipa, cada vez mais à imagem do treinador: serenamente ambicioso, metódico sem ser frio, sensato e contundente. Depois sobre o triste espectáculo ao vivo do Jamor no sábado, que mostra de forma até cruel a incompetência de quem dirige a “indústria” do pontapé na bola
Solskjaer foi sempre mais um adereço de um ritual esotérico do que um treinador. Ele seria o homem capaz de devolver o “espírito de vitória” ao Manchester United. Porquê? Ora, porque estava lá quando o clube ganhava, escreve Bruno Vieira Amaral. Qualquer recitação, liturgia ou segredo da mística seria do conhecimento dele. Ele só teria de fazer descer o espírito sobre o balneário e mandar os jogadores para o campo, imbuídos dessa presença inexplicável. O resto aconteceria por deliberação cósmica
Sim, vamos estar no Mundial do Qatar, acredita Bruno Vieira Amaral. E, uma vez lá chegados, Portugal passará a primeira fase e, depois, assim que enfrentar uma seleção decentemente organizada, como o Uruguai, a Bélgica ou a Sérvia, será recambiado para Lisboa, não sem ter direito, pelo meio, aos devaneios místico-supersticiosos do selecionador que ainda no domingo, à pergunta concreta sobre os motivos pelos quais fruta de tanta qualidade dá um sumo tão amargo, fez um silêncio pinteriano, encolheu os ombros, torceu os lábios e respondeu com uma pergunta: “o que é que eu vou responder?”
Depois da derrota na Luz por 6-1, Bruno Vieira Amaral dedica umas linhas ao SC Braga, uma "complexa engrenagem concebida para não sair do mesmo sítio", que tem em Carlos Carvalhal o treinador ideal, porque há nele "a mesma temperatura espiritual do clube, nem quente, nem fria"
O país debate-se com uma série de crises e até o Benfica está a experimentar mais uma das suas minicrises, das que geram “preocupação” e motivam “avisos” e “alertas”. Bruno Vieira Amaral diz que bom seria que tudo isto não passasse de um surto de Meïté
Quando o adversário não lhe concede cavalheirescamente os espaços de que tanto necessita, o futebol do Benfica consegue ser mais previsível, e muito menos divertido, do que os falhanços de Paulinho à boca da baliza e do que as extravagantes quedas de Taremi na grande área, escreve Bruno Vieira Amaral, que abordou o desacerto "que já não escandalizam ninguém" do avançado do Sporting e a aparente corrida em que o seu homólogo do FC Porto parece estar "pelo Nobel da Paz ou pelo prémio Sakharov"