Perfil

Automobilismo

Kimi Raikkonen regressou à NASCAR, com estrondo: a chuva e as barreiras atravessaram-se no caminho do finlandês

Durante a qualificação foi a chuva e, no dia da corrida, um acidente que o levou a embater nas barreiras. Ainda assim, Kimi Raikkonen olha para o seu regresso à NASCAR de uma forma positiva, mantendo a calma que sempre o caracterizou

Rita Meireles

Sean Gardner

Partilhar

Para os que não prestaram atenção à biografia do Instagram de Kimi Raikkonen ao longo do fim de semana, a palavra “reformado” foi substituída por “a correr de novo”. O finlandês regressou à NASCAR e sim, continua com a mesma calma de sempre. Mesmo quando as coisas não correm da melhor forma.

A participar no campeonato norte-americano pela TrackHouse Racing através do ‘Project91’, que tem como objetivo levar pilotos internacionais para a NASCAR, o campeão mundial de Fórmula 1 de 2007 pareceu adaptar-se bem à pista e ao carro, chegando mesmo a bloquear o campeão da época regular, Chase Elliott, a determinada altura, mas ao fim de 44 voltas embateu nas barreiras.

Raikkonen qualificou-se em 27.º num conjunto de 39 carros, e chegou a correr na oitava posição, até que a chuva começou a cair. Durante a corrida, foi uma batalha com Ross Chastain, Austin Dillon e Loris Hezemans que o forçou a sair da pista em direção às barreiras.

“Não sei o que aconteceu em frente ao carro. Tinha uma boa linha. Todos eles empurraram, mais ou menos, para dentro. Eu mantive [uma] linha apertada. Quando me disseram que alguém rodou à frente dos carros, toda a gente veio para a esquerda e bateram-me de lado. Não havia nada que eu pudesse ter feito. O primeiro golpe no meu carro fez o volante rodar nas minhas mãos. Alguma coisa correu mal no pulso, mas vou recuperar quando regressar a casa. Faz parte do jogo”, disse o piloto, citado pelo site “Racer”.

Em relação à experiência, Raikkonen, que participou na NASCAR durante o seu ano de pausa da F1, em 2011, confessou ter gostado de “tudo”, ainda assim tem dúvidas sobre um possível regresso em definitivo ao formato.

“Não tenho nada contra”, garantiu. “Foi tudo bom e eles foram muito simpáticos e prestáveis. Acabámos por ir parar ao sítio errado. Senti que tínhamos uma velocidade muito boa, especialmente depois das paragens nas boxes, mas talvez tenha sido um pouco duro demais com um dos conjuntos de pneus".

O mais positivo desta experiência é mesmo o facto de que fica clara a rápida adaptação ao carro, algo que pode facilitar a entrada de pilotos de outras séries no universo NASCAR.

  • Sua alteza gelada, Kimi Räikkönen
    Fórmula 1

    Tem 41 anos, é o piloto mais velho hoje na Fórmula 1, odeia entrevistas, intervenções públicas e tudo o que não implica estar dentro do carro, mas é o boomerang dessa aversão que, em parte, explica como Kimi Räikkönen é um dos tipos mais populares da modalidade. Nuno Pinto, treinador de pilotos e atualmente a trabalhar com Lance Stroll (Aston Martin), ajuda-nos a explicar o finlandês que "só quer sentar-se no carro e andar", como fez o ano passado, na primeira volta épica no Grande Prémio de Portugal. No dia em que o Ice Man anunciou que vai deixar a Fórmula 1 no final da época, recorde este perfil publicado a 30 de abril de 2021