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A casa às costas

“Meia hora depois de fazer o post, após o que Jorge Jesus disse, tinha o diretor de comunicação do Benfica a ligar-me: ‘O que fizeste?!’”

O médio fez toda a formação no clube da Luz
O médio fez toda a formação no clube da Luz
Harold Cunningham

Mal nasceu, no início de janeiro, Filipe Nascimento foi aconchegado com um cachecol do Benfica, o clube onde acabou por fazer toda a formação com o sonho de um dia chegar à equipa principal. Não aconteceu e o médio não sabe se o facto de ter respondido, no Facebook, a uma frase de Jesus dita numa entrevista pesou na decisão de não ter tido a possibilidade de jogar na equipa B. Após iniciar a carreira profissional no Académico de Viseu, na II Liga, acabou por sair para o estrangeiro, de onde nunca mais voltou para jogar em Portugal

Nasceu em Lisboa. É filho de quem?
O meu pai era dono de uma empresa de construção e a minha mãe trabalhava lá. Com o passar dos anos o meu pai reformou-se e a minha mãe ficou a trabalhar na secretaria de uma escola até se reformar.

Tem irmãos?
Tenho dois irmãos mais velhos, só da parte do meu pai.

Cresceu onde?
Em Loures, no bairro Fanqueiro. Vivi lá até aos 14 anos e depois o meu pai fez uma casa em Almargem do Bispo, perto de Negrais, e mudámo-nos para lá.

Deu muitas dores de cabeça?
Acho que fui calminho. Os meus pais sempre me deram uma educação muito regrada, não podia sair muito, era filho único dos dois… Eu também era obcecado por futebol, por isso a minha vida era muito escola-futebol, futebol-escola.

O que dizia querer ser quando fosse grande?
Sempre disse que queria ser jogador.

Tinha alguém na família ligado ao futebol?
Não. Mas comecei a jogar com cinco, seis anos e era completamente apaixonado. Se não tivesse a jogar na escolinha de futebol, estava a jogar na rua ou em casa, jogava em todo o lado.

Em casa torciam por que clube?
Sempre pelo Benfica. Assim que nasci meteram-me o cachecol à volta do pescoço e não houve volta a dar.

Gostava da escola?
Gostava da escola para estar com os amigos. Não era excecional, mas era bom aluno. Nunca tive problemas em passar de ano. Mas sempre tive na cabeça que queria mesmo jogar futebol e quando fazes a formação no Benfica tens muitos torneios internacionais, depois és chamado à seleção nacional e perdes muitas aulas. Mesmo assim, consegui sempre ter notas médias. Entrei um ano mais cedo para a escola e o sonho do meu pai era que aos 17 anos acabasse o 12.º ano e entrasse na universidade, por isso andou sempre em cima de mim para que nunca me faltasse nada, se precisasse de uma explicação aqui ou ali, ele facultava.

Quem eram os seus ídolos?
Rui Costa e também gostava de Aimar. Depois havia Zidane e Iniesta, mas aqueles dois eram os principais.

Costumava ir ver jogos ao estádio da Luz?
Sim, nós tínhamos lugar cativo no antigo estádio da Luz. E também tivemos no estádio novo. Tivemos sempre até me tornar profissional. Cheguei a ser apanha-bolas, capitão de apanha-bolas.

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