Nasceu em Portimão. Comece por nos apresentar a sua família?
O meu pai é natural de Odeceixe e a minha mãe do Alvor. O meu pai, Paulo Nunes, foi jogador profissional de futebol, andou pelo norte, pelo Penafiel, Académico de Viseu, Benfica Castelo Branco... Era médio. Teve algumas lesões e terminou a carreira no Esperança de Lagos, onde hoje é diretor-desportivo. Também chegou a trabalhar numa empresa. A minha mãe sempre acompanhou o meu pai enquanto foi futebolista. Quando foram viver para o Alvor, onde passei toda a minha infância, ela começou a fazer limpezas. E tenho uma irmã nove anos mais velha.
Ainda se recorda de ver o seu pai jogar?
Tenho algumas lembranças de ir com ele para o Esperança de Lagos, para o treino e jogos. Recordo-me de andar muito com ele, a minha infância foi sempre muito o futebol. Comecei com cinco anos no futsal da Pedra Mourinha.
Deu muitas dores de cabeça aos seus pais?
Algumas. Tinha os dois lados. Era calmo, mas por vezes fazia as minhas traquinices. Recordo-me que houve uma altura em que começou a moda dos rapazes meterem um brinquinho e os meus pais não gostavam da ideia. Eu dizia querer uma argolinha de ouro, insistia, e eles não e não e não, sobretudo o meu pai. Como eu tinha aquilo na cabeça, o que fiz? Um dia tive a tarde livre na escola, lembrei-me de pedir à minha avó para ir comigo, porque eu era menor e tinha de ir com um acompanhante.