Anunciou-se a retirada de Roger Federer, o tenista suíço com o estatuto de lenda e batedor de quase tantos recordes quantas as bolas que projetou com sucesso com a sua raquete para o lado de lá da rede. Será já na próxima semana que o ténis ficará mais pobre, depois de o suíço disputar a Laver Cup, em Londres.
“Querido Roger, meu amigo e rival. Quem me dera que este dia nunca tivesse chegado”, foi a primeira reação de Rafa Nadal, adversário de longa data, co-autor de várias partidas históricas. “É um dia triste para mim pessoalmente e para as pessoas do desporto à volta do mundo. (…) Foi um prazer, mas também um privilégio partilhar todos estes anos contigo, viver tantos momentos fantásticos no court e fora dele”, disse o espanhol, que partilha com Federer o estatuto de lenda do ténis.
Outra figura lendária, mas do ténis feminino, Billie Jean King não poupou nos elogios ao suíço: “Roger Federer é o campeão dos campeões. Tem o jogo mais completo da sua geração e conquistou os corações de fãs de desporto à volta do mundo com uma rapidez incrível no court e uma mente poderosa”.
O atual número um do mundo e mais recente sensação da modalidade, Carlos Alcaraz, também não faltou à festa dos elogios. “O Roger é um dos meus ídolos e uma fonte de inspiração! Obrigado por tudo o que fizeste pelo nosso desporto. Eu ainda quero jogar contigo”, confessou o espanhol, acrescentando: “Desejo-te toda a sorte do mundo para o que se seguir”.
“Gostaria de encontrar a forma perfeita de dizer isto, tal como tu de forma tão eloquente mostraste o teu jogo. Sempre te tive como inspiração e sempre te admirei”, escreveu Serena Williams, ela que também deixará os courts no final desta temporada. No Instagram, a norte-americana, dona de 23 majors sublinha ainda na mensagem que o suíço “inspirou milhões e milhões de pessoas”, incluindo ela própria. “Bem-vindo à equipa dos retirados. E obrigada por seres tu”, disse ainda Serena.
O antigo tenista Rod Laver, vencedor de 11 títulos Grand Slam, foi poupado nas palavras, mas não menos emocionado. O australiano disse: “Obrigado por tudo, Roger. Vemo-nos em breve”. O também antigo profissional James Blake estendeu-se mais no discurso: “Nunca houve e nunca haverá ninguém como tu. Esmagaste-me no corte, mas foste tão gentil e genuíno que eu não consegui odiar-te por isso. Tornaste o jogo melhor dentro e fora dos cortes e sentirão a tua falta”.
“Roger, tu sempre foste uma enorme inspiração para mim. A tua elegância e graciosidade, o teu belo jogo”, lembrou a bicampeã de Wimbledon, Petra Kvitova. A checa disse ainda: “Sempre te tive em alta consideração e quero felicitar-te pela carreira fantástica. O ténis não será o mesmo sem ti”.
Andy Roddick, antigo número um do mundo, que disputou – e perdeu – com Federer as finais de Wimbledon, em 2004, 2005 e 2009, dirigiu-se ao suíço com proximidade: “Obrigado pelas memórias partilhadas, meu amigo. Foi uma honra partilhar tempo e experiências nos terrenos mais sagrados da nossa modalidade”.
O croata Milos Raonic elogiou o legado de Roger Federer: “Obrigado por teres feito mais pelo ténis do que qualquer outro indivíduo. Graças a ti, atletas e fãs em todo o mundo podem experienciar e desfrutar dele (…). Parabéns pelos feitos alcançados e pelas pessoas que continuas a influenciar, dentro e fora do ténis”.
“AMO-TE, Roger”, atirou Juan Martín del Potro, o argentino que conseguiu bater Federer na final de 2009 do US Open, naquele que viria a ser o único grande título da sua carreira. “Obrigado por tudo o que fizeste pelo ténis e por mim próprio. O mundo do ténis nunca será o mesmo sem ti”, confessou del Potro.
Finalmente, Tony Godsick, agente de Federer desde 2005, admitiu que já tinha dito ao seu tenista para se retirar: “Eu tinha-lhe sugerido há anos que parasse. Mas ele sempre quis desafiar-se. No final, com mais de 1.500 jogos, os pneus gastaram-se. E ele tem coisas para fazer na próxima etapa”.
O impacto de Roger Federer no ténis não foi, de facto, menos relevante fora dos cortes. Enquanto presidente do Conselho de Jogadores da ATP, entre 2008 e 2014, o suíço sublinhou a necessidade do ténis se manter ao ritmo dos outros desportos. Com o legado assegurado, Roger promoveu as causas de cada tenista na ascensão profissional e ajudou a criar uma nova era de sucesso financeiro e reestruturação do ATP Tour.