A derrota na Taça da Liga e os títulos
“Sentimos muito as derrotas. Não sentia o grupo em silêncio há muito tempo. Sentiram muito a derrota. Sei que ainda estão a pensar no jogo porque eu sou o mais rápido a passar para o jogo seguinte e até a mim me custou. Imaginem aos jogadores. Acho que não vai deixar marcas porque senti a equipa muito concentrada, mas foi uma das derrotas que sinto que se alongou mais no tempo.
Obviamente que, se não ganharmos títulos, sairei pelo meu pé. Mas isso já era a nossa conversa de sempre. Não por não conseguirmos ganhar, mas porque dois anos seguidos sem ganhar títulos não pode acontecer. Não muda nada, simplesmente estamos preparados para o jogo e sabemos bem o que o Casa Pia quer fazer. Nós precisamos que a bola comece a rolar para entrarmos no que queremos fazer.”
A forma como o SC Braga controlou Gyökeres dá pistas para as outras equipas?
“Claro que há todos esses detalhes e os treinadores são bons, mas o Braga jogou muito recuado e tirou-nos a profundidade. Se os outros vão fazer, depende de nós. Se acertarmos três vezes na barra, à frente da baliza mandarmos ao lado, o [Eduardo] Quaresma a mandar ao lado, o Nuno [Santos] a mandar ao lado, o Viktor também. Se isso acontecer nos outros jogos, encontraram o antídoto, que é a bola não entrar. Isso faz parte do jogo.
Mesmo com a forma de jogar do Braga, que foi pensada, acho que o Viktor consegue fazer muito mais e foi isso que falei com ele. Mesmo com essa marcação toda, há pormenores que podemos melhorar, especialmente na decisão. As sensações são que queremos outro jogo, mas se olharmos para o Braga, quanto a mim fomos superiores. Aquilo não acontece todos os dias.”
O Casa Pia
“O Casa Pia mudou a sua forma de jogar, agora joga num 4-4-2 e tem dinâmicas parecidas às que o Paulo Fonseca tinha há algum tempo. Conseguimos reconhecer onde estão os posicionamentos dos jogadores e, depois, claro que entra a qualidade deles. Têm dois avançados muito possantes e, tal como em Chaves, temos que evitar os cruzamentos. Passaram a jogar numa linha de quatro, mas poderá ser uma linha de seis, não sei as adaptações que irão fazer. Espera-nos um jogo difícil, mas que, infelizmente, tivemos mais tempo para trabalhar. Estamos à espera de um jogo difícil.”
A luta pelo título e evitar o 39.º do Benfica (e Amorim fez 39 anos)
“39 é um número como outro, a partir dos 40 já não somos considerados jovens treinadores e vou aproveitar este ano. A última vez que ganhámos o campeonato tínhamos 3% de probabilidade. Temos capacidade para vencer qualquer jogo em Portugal, isso são sondagens. No futebol podemos jogar muito bem, não deixar o adversário chegar lá, mas perder um jogo muda tudo. E sentir muito a derrota. Se tivermos algum percalço, temos de voltar a fazer tudo. Estamos em 1.º lugar, isso não diz nada sobre o que vai acontecer até ao fim, mas, na forma como jogamos, com a pontuação que temos... Jogo a jogo conseguimos chegar ao fim em 1.º lugar.”
Outra vez o mercado de transferências
“Não teremos hipótese de fazer nada porque não faremos nada à pressa. Os jogadores que podem substituir os nossos precisam de muito trabalho, precisam de ver vídeos, de perceber como é bom viver em Lisboa, perceber a forma como tratamos as famílias. Se algo acontecer, teremos de ser competitivos na mesma.”
E Koba Koindredi?
“Não vi jogos da Taça da Liga sem ser o nosso. Só pensámos no Casa Pia e a única prenda que gostaria era a vitória. Foi uma semana longa, parece que durou um mês entre jogos, e sinto que a equipa ainda está no jogo passado. Só deixo de sentir isso quando a bola rolar. O que fizemos foi olhar para o Casa Pia. Nunca precisámos tanto de começar um jogo para voltar ao nosso andamento.”
A equipa B voltou a fazer o acesso à II Liga
“Não sei se é um falhanço. Obviamente que queremos muito ganhar todos os jogos. Seria diferente a fase de promoção e a fase de não descida, mesmo pela competição para o resto do ano. Depois temos de ver a realidade que temos, se tínhamos capacidade para estar na II Liga ou se tínhamos de ir buscar jogadores. O importante é que os jogadores estejam preparados. Olhamos para o Mateus Fernandes, para a forma como joga, está preparado para a equipa principal e esse é o ponto principal da equipa B [onde o jogador passou parte da formação]. O Afonso Moreira poderá ser emprestado, tal como o Essugo. E, em princípio, não haverá muitas mexidas no nosso plantel até ao fim do mercado.”
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