A felicidade não é exatamente como os pratos de uma balança — para um subir, outro tem de baixar. Para uma pessoa ter uma alegria, não é obrigatório que outra tenha uma tristeza mas, no desporto e na vida, há casos em que esse contraste é inevitável.
Para o Europeu feminino só 23 jogadores foram convocadas, tendo uma das preteridas sido Suzane Pires, centrocampista do Ferroviária, do Brasil, com 26 internacionalizações por Portugal, três delas nos três embates que a seleção disputou no Europeu de 2017. No entanto, já quando a equipa de Francisco Neto estava em Inglaterra, a lesão de Andreia Jacinto abriu as portas da competição para a luso-brasileira de 29 anos, um “sonho” nas palavras da neta de portugueses, apesar de “infelizmente” ser “por lesão de uma colega”.
A manhã do penúltimo treino de Portugal antes da estreia contra a Suíça (sábado, 9 de julho) é de sol, perfeita para que vários jovens da formação do Manchester City joguem nos muitos campos que povoam a academia do clube. Num dos relvados mais distantes da entrada, com o Etihad como pano de fundo, treinou a seleção e é lá que Suzane Pires fala aos jornalistas presentes depois de ter completado a sua primeira sessão com o grupo.
A relva está tão bem tratada, tão suave e serena, que é difícil, ao olhar para ela, não sonhar em ser uma das craques que a pisa e nela faz magia. Suzane Pires está de regresso a um Europeu, ainda que, entre 2017 e 2022, algo “tenha mudado” na sua vida.