Disse alguma coisa a António Silva depois do Portugal-Geórgia?
“Quero deixar um apalavra, primeiro, à família do Manuel Fernandes, especialmente ao Tiago, o filho dele, que tive oportunidade de conhecer. Os meus sentimentos para todos.
Em relação à pergunta, sim, falei com ele, como nós em várias ocasiões falámos que somos uma família, temos de cuidar daqueles que fazem parte da nossa família, mas obviamente não vou dizer o conteúdo da conversa que tive com ele.”
O sistema de três centrais ajuda a seleção em campo?
“Acho que há muita dúvida sobre os três centrais, a linha de cinco, a linha quatro, acho que o mais importante quando atacamos uma equipa muito fechada é termos a flexibilidade que o nosso mister fala tanto. É muito difícil atacar uma equipa com 11 jogadores atrás da linha da bola, continuamos a acreditar no processo e a trabalhar cada vez mais forte para encontrarmos os espaços que há no jogo. E podermos explorá-los da melhor maneira possível.”
Aos 41 anos, qual é o segredo para crescer nos jogos destas competições?
“É a paixão que tenho pelo futebol, já disse várias vezes o privilégio de me poder levantar e fazer aquilo que mais gosto com muita concentração e competitividade que tenho, o amor que coloco em cada ação do treino e do jogo. É isso.”
Quando dirá adeus à seleção?
“Ainda não pensei sobre isso. Daqui a pouco tenho treino, isso é o mais importante para mim, e depois temos um jogo muito importante para o nosso país.”
Como é a sua rotina? Faz algo de diferente em relação aos jovens?
“[Ri-se] Obviamente que sim, eles até brincam comigo porque estou sempre perto das máquinas de gelo e de recuperação, eles dizem, os nossos fisioterapeutas, que sou completamente o dono das máquinas. Mas é para me poder recuperar rapidamente, sei que não recupero tão rápido quanto um jovem de 20 anos, tenho de fazer o meu melhor para estar apto para o meu treinador.”
A última exibição contra a Geórgia tirou esperanças aos adeptos?
“Mesmo com a derrota sentimos o carinho dos nossos adeptos e tenho a certeza que vão estar com a gente contra a Eslovénia, vamos dar o nosso melhor, vamos trabalhar, sabíamos que a caminhada não ia ser fácil por mais que muitos de vocês dissessem que já estava ganho. Há que jogar os 90 minutos, se for preciso jogar 120, há que estar preparado para dar o melhor pelo nosso país. É isso que vamos fazer.”
Pepe não estava em campo quando Portugal sofreu golos contra a Eslovénia, em março. O que se passou nos jogos em que a seleção perdeu?
“É uma coincidência. Quando partimos para um jogo podemos ter um de três resultados, essas derrotas… perdemos quando deveríamos perder, agora há que retirar lições daquilo que não fizemos enquanto jogadores, se cumprimos as regras que o nosso mister pediu, tentar não fazer no jogo seguinte. O grande desafio é tentarmos melhorar sempre para podermos continuar no ciclo vitorioso que tivemos no apuramento para o Europeu.”
Está sem clube, é um jogador livre
“Eu navego nisso, senão vou ficar perdido [ri-se]. Sinceramente, não penso muito nisso, o futuro a Deus pertence, tenho muitas coisas com as quais me preocupar, por exemplo, como vou defender os meus companheiros agora no treino, como me vou recuperar e preparar depois para o jogo.”
Será importante Portugal ter nota artística contra a Eslovénia?
“Não sei se já tiveram oportunidade de ver as estatísticas da fase de grupos, mas Portugal é das melhores seleções. Essa nota artísticas que você está a realçar, os adeptos sabem. Desde o primeiro jogo, como no último, os adeptos estiveram sempre com a gente. E, contra a Chéquia, estivemos a perder quando não merecíamos e os adeptos continuaram a apoiar, se calhar foi essa confiança que tiveram em nós que nos deu energia para dar a volta ao resultado. Contamos com eles, vamos dar o nosso melhor para eliminar a Eslovénia, sabemos que vai ser difícil devido ao passado recente, mas vamos tentar não cometer os mesmos erros.”
Portugal está no lado mais difícil do quadro
“Se pudesse escolher, quero ser campeão outra vez. Temos muito respeito por todas as seleções, sabemos que vai ser muito difícil e duro, mas temos que estar todos juntos.”
O que tem a seleção de fazer de diferente para não perder de novo com a Eslovénia?
“Simples: concentração e competitividade.”
Martínez disse que a seleção ia crescer durante o Euro. A equipa já está no máximo?
“Pergunta difícil. Acredito que os onze que entrarem, mais os cinco suplentes, vão dar o seu melhor para que Portugal possa passar aos ‘quartos’.”
Alguém no balneário lhe chama pai?
“Ninguém, mas quase, quase, o João Neves é muito brincalhão, mas, como o mais velho, tento ajudar todos porque esse o meu perfil e espero - espero não, tenho a certeza que ele e outros vão ter um futuro brilhante.”
Estreou-se em fases finais em 2008
“Já lá vão alguns anos, sinto-me bem, um privilegiado por poder ajudar a nossa seleção e fazer parte de um grande grupo.”