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Cristiano Ronaldo. Os elogios a Messi, os planos para a reforma, a esperança para o Mundial e as “mentiras” ditas sobre os seus pretendentes

A ideia é arrumar as botas aos 40 anos, mas tal até pode ser antecipado caso Portugal vença o Mundial, que será provavelmente o seu último e para o qual se sente “muito otimista”, lançando ainda que está na hora de todos se “focarem no futebol” e não nos problemas do Catar. Na segunda parte da entrevista a Piers Morgan, Ronaldo diz que um dia irá jantar com Messi, o seu grande rival argentino

Lídia Paralta Gomes

Matthew Ashton - AMA

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Cristiano Ronaldo admite que recusou uma proposta de 350 milhões de euros da Arábia Saudita no início da temporada e acredita que vai fazer “um grande Campeonato do Mundo”, mais algumas das revelações a Piers Morgan na entrevista à TalkTV que teve esta quinta-feira a sua segunda parte transmitida, numa conversa em que o português também deixou rasgados elogios a Lionel Messi e falou da sua retirada.

Sobre o mercado, que tanto agitou a vida do português no início da época, Cristiano revela que “não tinha muitas ofertas”, mas acusou a imprensa de dizer “mentiras” quando anunciava que o jogador não tinha interessados. “Falaram de Sporting, do Nápoles… Eu vou ser honesto: não tinha muitos clubes, muitas ofertas, mas a imprensa dizia que ninguém me queria e isso é mentira”, afirmou, criticando os presidentes que vieram para a comunicação anunciar que o haviam rejeitado.

“Tive propostas e recusei porque sentia-me bem no United”, disse. Uma delas, de muitos milhões, por dois anos, vinda da Arábia Saudita. “Sim, recusei, naquele momento sim”, disse, sem muito mais explicações, frisando apenas que o fez porque se sentia então motivado para arrancar a época no United.

Sobre o Mundial, que arranca no próximo domingo, o capitão da seleção nacional disse que será muito provavelmente o seu último e garante estar “muito otimista”.

“Temos um treinador fantástico, uma grande geração de jogadores. Estou ansioso e acho que vamos fazer um grande Mundial. Eu sonho ganhar o Mundial, mas vai ser complicado”. Ronaldo não coloca a equipa no lote dos favoritos, que considera serem “França, Espanha, Argentina, Brasil e Alemanha”.

Ash Donelon/Getty

Numa altura em que as questões dos direitos humanos no Catar assumem papel de destaque na antevisão do Mundial, Cristiano Ronaldo segue a cartilha FIFA: “À parte de todos os problemas com o país, de dizerem que não devia ter sido lá… a discussão deveria ter sido feita antes. Temos de nos focar no futebol, na competição”.


Um jantar com Messi e a retirada

Quando questionado por Piers Morgan sobre a sua opinião sobre Lionel Messi, Cristiano atirou logo um “fantástico, é mágico, top”. Acerca do grande rival argentino, o português lembra que ambos partilharam os grandes palcos durante 16 anos e que há um grande respeito e uma grande relação entre os dois.

“Não somos amigos de estar em casa um do outro ou telefonar, mas é como um colega de equipa, respeito-o muito. Se é o melhor jogador contra quem joguei? Provavelmente, sim. Ele e Zidane”, aponta.

Para o futuro, fica prometido um jantar entre os dois: “Nunca jantámos, mas porque não? Adoro partilhar coisas, ideias, histórias. Vamos fazê-lo, de certeza. Pelé e Maradona fizeram-no”, garantiu. Já a hipótese de um dia jogarem juntos, também não é recusada por Ronaldo com um “tudo é possível no futebol”.

Em jeito de brincadeira, Ronaldo admitiu que uma vitória de Portugal na final do Mundial frente à Argentina provavelmente o faria deixar o futebol logo ali, mas num tom mais realista, vê o adeus daqui a “dois, três anos, máximo”.

“Acabar com 40, será uma boa idade”, concluiu, antes de revelar que no futuro gostaria de escrever um livro sobre longevidade. “Vejo-me a falar para milhões de pessoas, a dar conselhos sobre a minha carreira. Sobre como ganhar”.