Quando Juan Antonio Larrañaga, um defesa que passou pela Real Sociedad entre 1980 e 1994, bateu o recorde de jogos consecutivos na liga espanhola, nem ele soube da façanha na altura. Descobriu que o havia feito um ano e meio depois, graças às contas de alguém paciente. “Nos meus tempos de jogador não se faziam esses cálculos”, disse numa entrevista ao “El País”.
O recorde de Larrañaga caiu na sexta-feira, quando Iñaki Williams entrou em campo pelo Athletic Bilbao contra o Alavés: foi o jogo 203, todos consecutivos, do avançado natural de Bilbau, deixando os históricos 202 do antigo defesa numa outra prateleira honrosa.
Na mesma entrevista, publicada este sábado, Larrañaga conta ainda que essa marca foi interrompida por uma opção técnica do treinador, e não por uma lesão, algo que nunca questionou. “Suponho que o treinador viu que algum companheiro estava melhor que eu para jogar”, admite.
Falta o mais importante: como se chega a uma marca daquelas, aos 202 jogos seguidos a jogar num campeonato profissional de futebol? “Na vida de um desportista normal, há um momento em que as lesões podem influir, mas eu tive sorte com isso. Está claro que não estás sempre a 100%, que muitas vezes vais jogar com dores, há que suportar a dor e cada jogador tem uma forma de a afrontar”, revelou.
A bola agora está do lado de Iñaki Williams, um basco de 27 anos. Agora que, contrário de Larrañaga, soube em tempo útil a dimensão do seu feito, até onde se vai afastar do anterior recorde que esteve por beliscar durante quase três décadas?