O cronómetro marcava os 75 minutos e o Nice, equipa que jogava em casa, vencia o Marselha por 1-0 desde os 49 minutos, na sequência de um golo de Kasper Dolberg. Não era a primeira garrafa que os adeptos atiravam para dentro de campo, mas desta vez o objeto atingiu o jogador do Marselha, Dimitri Payet, no momento em que se dirigia para marcar um canto. O jogador reagiu, atirando a garrafa de volta para a bancada, e instalou-se o caos que envolveu jogadores, adeptos e equipas técnicas.
Os adeptos invadiram o campo, causando ferimentos a alguns dos jogadores. Foi por esse motivo que a equipa do Marselha optou por não regressar ao relvado, ao contrário do Nice que estava pronto para retomar o jogo.
“Os nossos jogadores foram atacados. Pela segurança dos nossos jogadores, que foram atacados durante a invasão de campo, decidimos não retomar o jogo porque a segurança dos nossos jogadores não estava garantida”, informou Pablo Longoria, presidente do Marselha.
Alvaro Gonzalez e Matteo Guendouzi, assim como o capitão da equipa do Nice, ainda tentaram acalmar os adeptos, mas foi impossível impedir a invasão de campo. Guendouzi e Luan Peres foram dois dos jogadores que saíram do relvado com marcas visíveis das agressões.
Mas antes de o árbitro dar o jogo como terminado, houve ainda tempo para mais incidentes. Um deles protagonizado por Jorge Sampaoli, treinador da equipa visitante, e Todibo, defesa central do Nice e antigo jogador do Benfica. A acesa troca de palavras fez com que ambos tivessem que ser separados.
Os ânimos só acalmaram após as duas equipas regressarem aos balneários.
Esta não é a primeira vez, desde que a época começou, que a equipa do Marselha tem que lidar com esta situação. No jogo inaugural, frente ao Montpellier, os adeptos já tinham arremessado garrafas contra os jogadores.
Nesse caso, o encontro foi interrompido aos 89 minutos, depois de dois jogadores serem atingidos — primeiro Valentin Rongier, do Marselha, e depois Florent Mollet, do Montpellier.
“Esta é a segunda vez que isto acontece. Já vivemos isto em Montpellier, onde decidimos continuar [o jogo]. O que aconteceu hoje é inaceitável. Temos de fazer disto um precedente para o futebol francês e foi por isso que decidimos regressar a Marselha”, concluiu o presidente Pablo Longoria.
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