De acordo com o Grupo Arco Íris, não há coincidência na ausência do número 24 nas camisolas da seleção brasileira que disputa a Copa América. Segundo a organização de defesa dos direitos LGBT, só há um motivo para a omissão: homofobia.
A associação já recorreu à justiça para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) dê a explicação oficial para o caso insólito. Segundo o jornal “A Bola”, o juiz Ricardo Cyfer ordenou que fossem pagos 135 euros por cada dia até que a CBF esclareça o público brasileiro.
No Brasil, o número 24 é associado, de forma indireta, à homossexualidade. Tudo por causa do Jogo do Bicho, em que 24 é o número do veado. O animal nem tem nada a ver com isto a não ser pela sonoridade que partilha com “viado”, uma abreviatura de “transviado”, sinónimo pejorativo de gay.
A fuga ao 24 acontece um pouco por todo o lado num país fortemente marcado pelo preconceito contra a comunidade LGBT. Até no congresso nacional, o parlamento brasileiro, tanto os deputados como os senadores evitam ficar com o gabinete 24, preferindo saltar do 23 para o 25.
Apesar de a situação estar longe de ser nova, o jornal “A Bola” lembra que, até ao aparecimento da pandemia, os convocados para as competições internacionais eram 23. Neste momento, devido à Covid19, as seleções podem convocar 26 atletas para estes eventos.
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