Emprestar jogadores, impor treinadores a adversários, oferecer bilhetes a juízes e até controlar os televotos.
De acordo com a edição deste sábado do jornal “O Jogo” todos estes aspetos fariam parte de uma alegada estratégia do Benfica para exercer controlo e influência sobre o futebol português.
O diário garante ter tido acesso a um documento que circulou na SAD do Benfica quatro dias depois da reunião de 18 junho de 2012 na qual terá sido apresentado um powerpoint com metas desportivas e financeiras do clube da Luz que incluíam o "reforço do controlo/influência nas diferentes áreas do poder na indústria".
A revelação do jornal surge na sequência da publicação, sexta-feira, pela revista "Sábado" de um artigo com base num novo conjunto de emails divulgado pelo blogue "Mercado do Benfica", a envolver correspondência eletrónica do administrador-executivo do Benfica Domingos Soares de Oliveira.
"O Jogo" assegura que do documento constam estratégias "bem discriminadas" com vista a “conquistar a capacidade de influência” em diferentes setores da indústria do futebol, “no qual se incluía a FPF e o Conselho de Arbitragem”, a comunicação social e até o poder político, segundo o jornal.
O diário que colocou na capa deste sábado o rosto do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, com a manchete “Dono Disto Tudo” - epíteto em tempos atribuído ao banqueiro Ricardo Salgado - refere que o plano dos encarnados passava pelo “empréstimo de jogadores a equipas da I e II Ligas” e pela "imposição de treinadores”.
“Trazer a sede da Liga para Lisboa” e criar um “departamento de investigação” dedicado à produção de relatórios “sobre outros clubes e instituições” constam também do documento, segundo "O Jogo".
A influência na opinião pública também constaria da estratégia e passaria pela aposta em “pessoas com carisma” e “alinhadas com o clube, que deveriam expor as suas ideias “dentro e fora do Universo Benfica”.
O jornal garante ainda que o clube da Luz tinha até uma estratégia de “resposta em massa” a sondagens televisivas por via telefónica ou eletrónica, para obter resultados favoráveis ao Benfica.
Já o “Record” cita uma fonte judicial para avançar que o Ministério Público pode abrir um inquérito para investigar a existência de crime de tráfico de influências na sequência da divulgação destes novos emails.
Nos dois diários desportivos está plasmada a mesma resposta da parte do clube visado: “O Sport Lisboa e Benfica não tem qualquer comentário a fazer sobre correspondência roubada, manipulada e falseada, lembrando que a divulgação dessa informação é crime”.
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