Estão mais de 30 graus no Dubai e Portugal está tão quente quanto o ar do Médio Oriente. Está a escaldar mesmo neste torneio de repescagem que vale a derradeira vaga para o Mundial de râguebi do próximo ano, uma vaga que os Lobos querem agarrar para repetir a histórica presença de 2007.
Tão on fire estão os jogadores portugueses que ainda nem há um minuto no relógio e já Thibault de Freitas irrompe na área de ensaio para fazer o primeiro de uma chuva deles que iriam aparecer nos 80 minutos em que Portugal passou a ferro o Quénia, que já vinha de uma derrota feia com os Estados Unidos (68-14). Frente a Portugal, o massacre seria ainda maior.
Com oito alterações nos titulares face ao primeiro jogo da repescagem (vitória 42-14 frente a Hong Kong), Portugal voltaria a marcar aos 7’, por Mike Tadjer, aos 14’, numa arrancada supersónica de Manuel Cardoso Pinto, aos 22’ por José Lima, a dar o melhor seguimento a um passe sem olhar de Simão Bento e aos 32’ por Vincent Pinto, com as portas abertas para o ensaio após combinação de Nicolas Martins e Thibault de Freitas. A pontaria de Samuel Marques nas conversões (não errou nenhuma na 1.ª parte) ia ajudando ao avolumar da vantagem.
Ao intervalo, já o marcador gritava um rotundo 35-0 e já Portugal havia garantido o ponto bónus, por ter marcado mais de quatro ensaios.
O que não significou ritmo menos acelerado no 2.º tempo, em que os Lobos jogaram praticamente sempre em vantagem após expulsão de Brian Juma. Sabendo da necessidade de marcar muitos pontos para ficar em vantagem nesse particular face aos EUA, Portugal manteve o seu jogo rápido e dinâmico, organizado na defesa e com destreza no ataque e os ensaios foram caindo que nem tordos: marcaram Mike Tadjer (45’), Vincent Pinto (47’), Tomás Appleton (49’ e 60’), José Maria Rebelo de Andrade (53’), João Belo (72’) e Lionel Canpergue (77’), com a seleção nacional a beneficiar ainda de um ensaio de penalidade.
No final, os 85-0 são um dos resultados mais volumosos da história do râguebi português, com 13 ensaios para contar o filme, e colocam a equipa na frente da pool, à espera do que farão os Estados Unidos ainda este sábado frente a Hong Kong. À partida, os norte-americanos não serão surpreendidos pelos asiáticos e tudo ficará para decidir então na próxima sexta-feira, dia do Portugal - EUA, onde a vitória vale o passaporte para o Mundial, que se vai disputar em França no próximo ano.