A Federação de Râguebi da Nova Zelândia recebeu uma multa no valor de 280 mil dólares neozelandeses (cerca de 170 mil euros) por não cumprir as regras da igualdade de género. O Sport New Zealand, organismo responsável pelo desporto no país, impôs às várias organizações desportivas a presença de pelo menos 40% de mulheres nas suas direções antes de dezembro de 2021. Entre 65 entidades, a federação de râguebi foi a única que não cumpriu a ordem.
O valor da multa será cobrado através de um corte no financiamento do organismo, mas caso a federação aumente o número de funcionárias mulheres, será devolvido da mesma forma. Se o incumprimento continuar no próximo ano, a penalização vai aumentar para os 600 mil dólares.
A federação tem, neste momento, três mulheres no seu conselho de nove membros: Farah Palmer, Patsy Reddy e Rowena Davenport. As duas últimas foram nomeações recentes, entraram ambas este ano, mas é necessária mais uma mulher para cumprir a percentagem indicada.
Para as iniciativas comunitárias e o desporto de alta competição, representado pelas seleções masculina e feminina de râguebi da Nova Zelândia, a Sport New Zealand investe anualmente cerca de 2.8 milhões de dólares, segundo o “Stuff”. Stewart Mitchell, presidente da federação, garantiu que nenhuma dessas áreas serão afetadas pelo corte no financiamento.
"A direção da NZ Rugby reconhece que não cumprimos a exigência da Sport NZ de uma representação de 40% de mulheres na direção até dezembro de 2021, e a subsequente sanção financeira por incumprimento. Embora este financiamento seja valioso para a NZ Rugby, não terá impacto nas nossas atuais correntes de trabalho no jogo profissional ou comunitário", disse.
Mitchell afirmou que o conselho tem "50% de diversidade geral" e que estavam a ser desenvolvidos caminhos para assegurar a diversidade futura. "O râguebi beneficia quando existe uma gama de demografia, competências, antecedentes e características pessoais. Para o futuro, é fundamental que mantenhamos um enfoque a longo prazo para assegurar uma mudança sustentável e significativa", continuou.
Raelene Castle, diretora executiva da Sport New Zealand, afirmou que embora a federação tivesse feito progressos, o órgão dirigente indicou que haverá consequências para o incumprimento, tais como a perda de mais fundos.
"Embora tenham feito bons progressos no sentido do cumprimento, com três dos nove membros da direção agora do género feminino, informaram que a primeira data provável para o cumprimento da meta de 40% será na reunião anual em abril de 2023", disse Castle.