FC Porto

Sérgio Conceição: “Provavelmente, vão dizer que o Benfica foi muito mau. Já com o Arsenal foi porque o Arsenal foi fraquíssimo”

Sérgio Conceição: “Provavelmente, vão dizer que o Benfica foi muito mau. Já com o Arsenal foi porque o Arsenal foi fraquíssimo”
MIGUEL RIOPA/Getty

O treinador do FC Porto realçou “o mérito” dos seus jogadores por “interpretarem em pleno” a estratégia delineada para o jogo com o Benfica, que a sua equipa venceu por 5-0. Sérgio Conceição realçou que foi “um jogo completo” e espera que os dragões tenham, nas 10 jornadas que faltam, a “consistência que faltou” em alguns momentos da época

A lição estudada pelo FC Porto

“Os jogadores estão de parabéns, interpretaram em pleno o que foi preparado nos diferentes momentos do jogo, percebendo os pontos fortes que o Benfica tinha e o que poderíamos usufruir ou explorar na equipa adversária. É isto, um grandíssimo jogo, um jogo sem história. Agora, é um jogo que vale só três pontos, não mais do que isso. Há algum dissabor em saber que não há, em termos de qualidade, uma distância tão grande como a pontual no campeonato. E os culpados somos nós, os jogadores demonstram que podem e deve fazer mais vezes exibições destas.

É óbvio que este jogo tinha um contexto diferente de outros jogos da Liga, mas uma mentalidade vencedora, de campeão, é exatamente essa que diariamente trabalhamos para passar aos jogadores. É um grupo jovem, está em evolução, e não me canso de dizer, porque essa questão é muitíssimo importante: ir a Barcelos [o jogo anterior no campeonato] e dar a mesma importância em termos de foco e dedicação, no trabalho de cada um dentro do que é uma organização coletiva, esteja sempre presente.

Estou obviamente contente e feliz, não só pela vitória, mas por ser muito afirmativa da qualidade do grupo de trabalho, e quero dar os parabéns também aos sócios e adeptos que estiveram hoje no Dragão. E como disse, temos de encarar cada jogo como o último das nossas vidas.”

As oscilações: esta é a mesma equipa que perde em Arouca e empata em Barcelos

“Estou satisfetíssimo, estou contente, posso não demonstrá-lo na cara porque o meu espírito é esse. Agora, acho que se essa concentração competitiva estivesse presente em determinados jogos não tínhamos essa distância para os da frente. Nesta casa, neste clube, fomos habituados a nunca desistir, ainda há jogos pela frente e temos de superar as dificuldades, tem que haver uma resiliência muito grande em todos nós.”

É o jogo mais perfeito que viu a equipa fazer?

“Todos os jogos que me deram títulos são os perfeitos.”

FC Porto continua a 6 pontos do Benfica e a 7 do Sporting. Mas esta vitória traz algo mais?

“Não é um resultado que nos tem de dar confiança, é o processo e o trabalho diário, da determinação e seriedade com que o fazemos, porque os resultados podem não surgir. Muitas vezes é difícil incutir em jovens jogadores essa responsabilidade, no fundo. Também trabalhamos esse aspeto, é verdade que essa consistência tem faltado um bocadinho esta época, vamos à procura de ser sólidos nesta fase final para irmos buscar o que queremos.”

Esperava mais do Benfica ou foi o FC Porto que não deixou?

“[Ri-se] Normalmente o que dizem é isso, já com o Arsenal foi porque o Arsenal foi fraquíssimo e não perdia há não sei quantos jogos e tinha goleado no campeonato inglês, hoje provavelmente vão dizer que o Benfica foi muito mau. Não, há que dar mérito aos jogadores, ao trabalho de cada um dentro de uma organização muito forte a perceber o que tinha de fazer e explorar no Benfica. Se olharem para o jogo em detalhe, vão perceber que há muitos momentos em que o espaço apareceu porque o provocámos. Isto é que é importante falar.

Agora, falar de outras coisas, as pessoas podem falar do que querem, isso não é um problema. Nós que olhamos para o trabalho dos jogadores e a estratégia planeada, percebemos que foi interpretada na íntegra. Houve momentos fantásticos, podíamos ter feito mais um ou outro golo, foi um jogo completo. Mas tem de haver mais jogos completos para irmos buscar o que queremos no final da época.”

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: piquete@expresso.impresa.pt