É possível que o Vizela - FC Porto tenha ficado decidido quando, a rasar o intervalo, Schettine rematou forte, cruzado, e Diogo Costa fez uma das defesas da noite, segurando à segunda um tiro que tinha golo escrito na testa.
Foi uma espécie de canto do cisne da reação do Vizela a um FC Porto que entrou forte e resolveu rápido num campo em que, por exemplo, o Benfica só ganhou com um golo nos descontos dos descontos - e essa era até este domingo a única derrota da equipa em casa.
Cimentada na intensidade de Otávio e Vitinha, a quem foram dados demasiados espaços, a entrada do FC Porto fez-se desde logo com muita presença na área. Aos 12', primeiro aviso, com uma bela jogada de ataque pincelada com um calcanhar de Taremi que isolou Luis Díaz. O colombiano, com tudo para marcar, rematou ao lado.
Mas não falharia à segunda.
Dois minutos depois, Díaz recebeu na esquerda uma grande abertura de Otávio, ganhou a Bruno Wilson e rematou ao poste mais afastado. Mais um momento extraordinário de Díaz, cujo talento pode muito bem ser a diferença entre ganhar, ou não, um campeonato.
Seguiram-se momentos de aflição para o Vizela, com o FC Porto a bombardear a área, com oportunidades atrás de oportunidades. Taremi, no seu processo de paulinhização em curso, falhou dois golos cantados seguidos, para logo logo ser decisivo na hora da construção do 2-0. Tudo começou numa má reposição de Charles, com o iraniano a encontrar Luis Díaz na ala. Depois foi só passar para o encosto de Otávio. Aos 19 minutos, já o FC Porto tinha uma vantagem segura.
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A reação do Vizela viria então no final da 1.ª parte, a fase em que teve mais bola e onde ainda assustou. Um golo abriria o jogo, mas não apareceu e logo no arranque da 2.ª parte Zaidu foi deixado completamente sozinho na esquerda, arrancando sem qualquer oposição, olhos na baliza. Em frente a Charles, lançou a bomba - 3-0 e aos 48' o jogo parecia mais que fechado.
Apesar de tudo, o Vizela reagiu de imediato com uma bola no poste, que na verdade foi uma extraordinária defesa de Diogo Costa a uma bola intercetada por Zaidu. Na sequência do lance, Schettine acabou expulso, precisamente por uma entrada feia quando tentava disputar com o guarda-redes do FC Porto a segunda bola. Com menos um, e logo a sua grande referência na frente, o Vizela morreu para o ataque.
A tendência era portanto para o resultado engordar para o lado do FC Porto e tal aconteceu aos 64', um auto-golo de Samu após um canto de Vitinha, numa altura em que o FC Porto já colocava duas ou três mudanças abaixo, já provavelmente com o clássico de quinta-feira no pensamento. O passeio estava concluído, uma visita a norte que poucos problemas trouxe à equipa de Sérgio Conceição - que viu o jogo do camarote -, que volta assim à liderança do campeonato em igualdade pontual com o Sporting.