Kyrie Irving não é um estranho quando o tema é controvérsia. Na época passada foi um dos atletas que se recusou a ser vacinado contra a covid-19, que o obrigou a falhar todos os jogos que os Brooklyn Nets fizeram em casa. Esta temporada tinha tudo para começar da melhor forma, uma vez que as restrições foram levantadas e a decisão do jogador já não iria interferir na carreira nem na sua equipa, mas Irving não vira as costas a um tema polémico e por isso já está envolvido em outros.
Tudo começou quando usou as suas redes sociais para promover o filme antissemita “Hebrews to Negroes: Wake Up Black America”. O que se seguiu foi uma onda de críticas e uma reprimenda de Joe Tsai, proprietário dos Nets: “Quero sentar-me com ele e certificar-me de que ele compreende que isto é prejudicial para todos nós, e como homem de fé, é errado promover o ódio com base na raça, etnia ou religião", disse Tsai no Twitter.
Ainda nas redes sociais, Irving afirmou que se considera uma pessoa que apoia todas as religiões. "O rótulo de antissemita que me está a ser imposto não se justifica e não reflete a realidade ou verdade em que vivo todos os dias", disse.
O tema continuou na conferência de imprensa após a derrota dos Nets frente aos Indiana Pacers: "Fiz alguma coisa ilegal? Magoei alguém? Fiz mal a alguém? Disse que odeio um grupo específico de pessoas? Não vou desistir de nada em que eu acredite. Só vou ficar mais forte porque não estou sozinho. Tenho um exército inteiro à minha volta”.
Só que Irving nem sempre foi coerente nas respostas que deu aos jornalistas, principalmente quando se falou sobre o impacto que a sua partilha pode ter junto dos milhões de pessoas que o seguem. "Estou numa posição única para ter um nível de influência na minha comunidade. O que publico não significa que apoio tudo o que está a ser dito", começou por dizer, sendo que mais tarde tentou reduzir o seu nível de influência: "Há coisas que estão a ser publicadas todos os dias. Não sou diferente de outro qualquer ser humano, por isso não me tratem de forma diferente".
Irving também foi questionado sobre as suas recentes publicações sobre Alex Jones, que foi condenado a pagar quase mil milhões de dólares em indemnizações após perder uma ação judicial por causa das suas falsas alegações que fez sobre o tiroteio na escola de Sandy Hook, onde 20 crianças e oito adultos perderam a vida e que Jones negou ter sido real.
"Isso foi há algumas semanas", disse Irving. "Não estou de acordo com a posição, narrativa, processo judicial em relação a Sandy Hook, ou qualquer das crianças que sentiram que tinham de reviver traumas ou pais que tinham de reviver traumas. A minha publicação foi sobre um vídeo que Alex Jones fez no início dos anos 90 sobre sociedades secretas na América, e é verdade”.
Quando foi mais pressionado sobre o assunto, principalmente tendo em conta que a partilha do discurso de Alex Jones pode ser vista como uma promoção, Irving não se mostrou muito satisfeito com a conversa: "Não me desumanizem. Eu sou outro ser humano. Posso publicar o que eu quiser. Passem à pergunta seguinte".