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O retorno da palavra na NBA: os elogios de Antetokounmpo ao “mais difícil” basquetebol europeu, os milhões de Irving e a confiança de Durant

Os jogos ainda não começaram, mas os jogadores já se apresentaram nos pavilhões e começaram a falar com os jornalistas. A poucos dias do início da pré-época da NBA, os principais temas do falatório continuam ligados à temporada 2021/22

Rita Meireles

Pool

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A próxima temporada da NBA só começa a 18 de outubro, mas, se até os quatro dias que faltam para o início da pré-época são demasiado para quem achou a pausa de verão muito longa, temos boas notícias: a liga norte-americana de basquetebol voltou finalmente a mexer. Começaram os habituais dias dedicados à imprensa em todos os clubes e vários jogadores já começaram a dar que falar.

Giannis Antetokounmpo chegou com uma declaração talvez um pouco inesperada, pelo menos do lado de lá do Atlântico: “O jogo [de basquetebol] na Europa é muito mais difícil do que na NBA”.

A começar a sua 10.ª temporada, o grego chegou ao media day pouco tempo depois de competir no Eurobasket, onde a Grécia foi eliminada nos ‘quartos’. Sobre a experiência, o jogador dos Milwaukee Bucks confessou o cansaço de ter que conciliar jogos na NBA com as partidas internacionais.

"É muito, fica-se um pouco cansado. Jogando muito basquetebol ao longo dos últimos anos, é preciso fazer uma pausa não só física mas também mental. Afastares-te do jogo e passares algum tempo com a família, fazer o que gostas e simplesmente sentares-te no sofá a comer Doritos. Precisas disso para poder ser ótimo. Soa mal, mas precisas", disse aos jornalistas.

Esta foi a primeira vez em três anos que Antetokounmpo teve que suportar um número maior de jogos, uma vez que a Grécia falhou o apuramento para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.

"Representar a equipa nacional é pesado, não é fácil. É uma bandeira, um país inteiro. Penso que 6 ou 7 milhões de pessoas assistiram aos jogos que jogámos, sendo que são dez milhões e meio de pessoas na Grécia, isso é incrível. Obviamente, estou um pouco cansado física e mentalmente, mas estou entusiasmado com a época. Este verão foi divertido", continuou.

Antetokounmpo foi eleito para a equipa ideal do EuroBasket. O grego obteve uma média de 29,3 pontos, 8,8 ressaltos, e 4,7 assistências. No final, admite que foi muito mais difícil do que na NBA, à semelhança do que Luka Doncic, jogador dos Dallas Mavericks e da Eslovénia, já tinha dito anteriormente.

"O jogo na Europa é muito mais difícil do que o jogo na NBA. O talento na NBA é obviamente mais elevado. Penso que por lá é mais intenso e é muito mais físico”, explicou. "Para um miúdo como eu, que veio do nada, penso que a NBA me mimou um pouco. Quando se vai para o estrangeiro, as coisas não são iguais. Aqui as coisas são fáceis. Somos mais do que abençoados".

O jogador falou ainda sobre uma daquelas discussões que raramente tem uma única resposta: quem é o melhor jogador do mundo? Para Antetokounmpo é simples. Não considera que seja ele próprio, porque não venceu o campeonato no ano passado e, por isso, escolheu Stephen Curry, dos Golden State Warriors.

"Penso que o melhor jogador do mundo é o último homem de pé. É a pessoa que leva a sua equipa às finais, à meta, e os ajuda a ganhar o jogo. É assim que eu vejo as coisas. Acredito que o melhor jogador do mundo é Steph Curry", afirmou.

No media day dos Warriors, Curry respondeu ao colega de profissão: "Agradeço o elogio. Não me vai amolecer e fazer ficar complacente de todo. Mas aprecias o respeito dos teus pares que dizem coisas assim, e eu já estive nessa situação a elogiar muito dos rapazes da liga".

Outra das conferências de imprensa que marcou a atualidade foi a de Kyrie Irving, com o mesmo tema que o tem acompanhado desde 2020. O jogador dos Brooklyn Nets é um dos atletas que se recusa a ser vacinado contra a covid-19, algo que já o fez perder uma série de jogos da sua equipa. Durante muito tempo, alguns estados americanos tinham regras que impediam a entrada de pessoas não vacinadas nos recintos desportivos.

"Não gostei que o facto de eu não ser vacinado de repente se tornou um estigma na minha carreira de que não quero jogar, ou estou disposto a desistir de tudo para ser uma voz para os sem voz", disse. “Desisti de 4 anos e cerca de 100 milhões de dólares ao decidir não ser vacinado. Tive de lidar com essa circunstância da vida real de perder o meu emprego por esta decisão. Lidei com todas essas emoções enquanto tentava assegurar o futuro para a minha família".

Kevin Durant, colega de equipa de Irving, também falou aos jornalistas, depois de um verão marcado pelo seu pedido para deixar os Nets, que acabou por não se concretizar. A estrela da NBA confessou não estar desiludido por ter ficado no mesmo clube.

"Não estou desiludido. Sei que sou tão bom que não vão simplesmente deixar-me ir. Isso é uma coisa que apreciei no Sean [Marks] e no Joe [Tsai]", afirmou.