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Mundial 2022

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Que comece o espetáculo de Guillermo Ochoa no Mundial: “Não temos bem noção de quão estelar ele é no México. Não pode sair à rua”

Aos 37 anos, o guarda-redes do México vai para o quinto Campeonato do Mundo e espera-se que seja o titular. É, desde 2014, uma daquelas figuras que este torneio transformou em semideus. A Tribuna Expresso falou com Ricardo Pereira, o treinador de guarda-redes com quem se cruzou no Standard de Liège, e Alejandro Orvañanos, um jornalista mexicano, para compreendermos melhor este fenómeno que é muito mais do que uma luz milagrosa que aparece de quatro em quatro anos. Os mexicanos estreiam-se no Campeonato do Mundo esta tarde (16h, Sport TV1) contra a Polónia de Robert Lewandowski

Hugo Tavares da Silva

Hector Vivas - FIFA

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Naquele livro que mais parece uma tenra bíblia sobre o jogo que se joga com os pés – “Futebol ao sol e à sombra” –, Eduardo Galeano pintou o guarda-redes. “Tem sempre a culpa. E se não a tem, paga na mesma. Quando um jogador qualquer comete um penálti, o castigado é ele: ali o deixam, abandonado perante o seu carrasco, na imensidão da baliza vazia”. O escritor uruguaio dizia mais: quando a equipa tem uma má tarde, é o guarda-redes quem paga o preço “debaixo de uma chuva de bolas, expiando os pecados dos outros”.

Há um homem nascido em Guadalajara que emana luz, como se fosse um anjo, a cada quatro anos, pelo menos diante das nossas fascinadas e insatisfeitas miradas, que roncam como um estômago vazio. Um arquero que foi deixado inúmeras vezes diante do seu carrasco, que pagou o preço em tantas e imortais tardes, que expiou e amansou os pecados de todos. Enfim, como acontece aos outros, a solidão é a mais fiel companheira de Guillermo Ochoa, o mexicano que, aos 37 anos, se prepara para disputar o quinto Mundial. Será certamente, seja salvador ou pecador, um dos destaques deste Catar 2022.

Ricardo Pereira, treinador de guarda-redes do Independiente del Valle, que venceu a Copa Sudamericana e a Taça do Equador, conhece-o bem. Cruzaram-se no Standard de Liège em 2017/18, depois de uma época agridoce para o futebolista no Granada. Para além da descida de divisão na La Liga e de ter sido o guarda-redes que mais golos sofreu na La Liga (82), foi inusitadamente o que mais remates defendeu (182).

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