O português Rui Pinto terminou no 42.º lugar a maratona dos Campeonatos do Mundo de atletismo Tóqui o2025, com o tempo de 02:19.50 horas, a 09.58 do vencedor, o tanzaniano Alphonce Simbu.
O maratonista do Sporting, de 32 anos, estreou-se em Mundiais, sob condições extremas de temperatura e humidade, a tentar manter o ritmo e à procura de um resultado um pouco melhor. "Naturalmente, tinha expectativas de fazer um pouquinho melhor, mas as condições eram muito difíceis. Tinha de se fazer uma boa gestão para conseguir fazer um resultado aceitável e foi isso que fui fazendo. Fui tentando lutar contra as adversidades e, quando a prova começou a ficar difícil, foi ser forte mentalmente para conseguir chegar ao fim e fazer o melhor resultado possível", explicou.
Rui Pinto, que tem 2:11.23 como melhor marca, cinco segundos mais rápido do que o registo alcançado já este ano, agradeceu a todos os que o acompanham diariamente e o ajudam no processo, com o desfecho alcançado hoje, numa prova com 22 desistentes.
O campeão do mundo só foi encontrado em cima da linha da meta, com Simbu a conseguir a primeira medalha de ouro de sempre para a Tanzânia, impondo-se ao sprint — pela menor margem de sempre na distância, por três centésimos de segundo — ao alemão Amanal Petros, que terminou com o mesmo tempo (02:09.48), enquanto o italiano Iliass Aouani arrebatou a derradeira medalha em disputa, a de bronze, ao gastar mais cinco segundos do que a dupla da frente.
O representante nacional na distância, em que Luís Novo e Alberto Chaíça detêm os melhores resultados nacionais, com os quartos lugares alcançados em Sevilhe 1999 e Paris 2003, respetivamente, identificou as adversidades.
"O pior foi a humidade. Senti que a temperatura corporal começa a aumentar muito e temos de tentar refrescar o corpo exageradamente, em todos os abastecimentos. A maior dificuldade é respirar, fazer toda essa gestão de esforço, de ritmo e hidratação", explicou.
O atleta natural de Felgueiras saudou o regresso ao palco principal dos Mundiais da maratona, à pista do estádio, com a chegada para a consagração, apesar de hoje ter ocorrido uma pouco habitual repetição da partida numa maratona. "Não, nunca tinha visto uma falsa partida numa maratona. Foi caricato e nem eu estava a perceber o que estava a acontecer, com o speaker a mandar parar, os atletas a continuarem a correr. Não é normal, numa maratona, numa prova com tanto tempo pela frente, estarem tão ansiosos ao ponto de fazer uma falsa partida. Bem, acabou por ser histórico", recordou.
O também atleta do Sporting Samuel Freire, com as cores de Cabo Verde, foi um dos 66 finalistas da maratona da 22.ª edição dos Mundiais de atletismo, concluindo os 42,195 quilómetros em 02:27.26, na 59.ª posição.
A mais longa prova de estrada colocou ainda o mongol Ser-Od Bat-Ochir, de 43 anos, na história, ao terminar, em 02:30.09 horas, no 65.º e penúltimo lugar entre os finalistas, a sua 12.ª maratona em Campeonatos do Mundo, todas completadas, desde a edição Paris 2003.
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