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Mundiais de atletismo: Solange Jesus 19.ª na maratona, Susana Santos conclui em 26.ª

Mundiais de atletismo: Solange Jesus 19.ª na maratona, Susana Santos conclui em 26.ª
Emilee Chinn

A atleta do SC Braga, de 38 anos, confessou-se "muito feliz" por "terminar num lugar espetacular" entre as 20 melhores. A prova foi vencida pela queniana Peres Jepchirchir, em 02:24.43, à frente da etíope Tigst Assefa e da uruguaia Júlia Paternain

Solange Jesus foi a portuguesa mais bem classificada na maratona dos Campeonatos do Mundo de atletismo Tóquio 2025, ao terminar no 19.º lugar, sete posições à frente de Susana Santos.

A maratonista do Sporting de Braga, de 38 anos, cumpriu os 42,195 quilómetros na capital japonesa, com início e meta no Estádio Nacional, em 02:33.24 horas, assegurando um lugar entre o top 20. "Estou muito feliz, consegui terminar num lugar espetacular", destacou Solange Jesus, que tinha sido 60.ª na estreia em Mundiais, em Budapeste2023 (02:45.08), recordando que, na altura, "as coisas não correram tão bem".

Solange Jesus e Susana Santos cumpriram praticamente juntas os 30 primeiros quilómetros da prova, iniciada às 07:30 locais (23:30 de sábado em Lisboa).

"As condições estavam difíceis, para todas, como é óbvio, mas eu sabia que a corrida iria, realmente, começar a partir dos 30 quilómetros e que, a partir dos 35, iria ser bastante difícil, mas eu fui conseguindo ganhar posições e isso também me foi motivando, tal como o público e também as pessoas lá em casa, porque eu pensei muito nelas", explicou.

Solange Jesus, que tem 02:27.30 como recorde pessoal, agradeceu a todos os que lhe proporcionaram bem-estar e trabalharam para este desfecho, considerando-os "incansáveis".

Depois de ter chegado aos 20 quilómetros entre as 30 primeiras, com 01:11.56 horas, juntamente com Susana Santos, a atleta foi conseguindo animar-se, com a conquista de posições: "Eu também fui quebrando um bocadinho nesta parte final, mas fui-me motivando ao ver as atletas da frente que iam quebrando ainda mais. Isso deu-me força".

"Eu sabia que estava muito bem fisicamente, mentalmente também, só que, obviamente, estava muito receosa destas condições, sob as quais vemos muita gente a passar mal. Mas tive uma preparação muito boa, irrepreensível, e ver os meus colegas que ontem [no sábado] competiram a fazerem a corrida de trás para a frente, fez-me acreditar que isso era o mais certo. Foram uma inspiração para hoje", reconheceu a maratonista natural de Oliveira do Bairro, que, além da "lição", contou com a presença do marchador João Vieira nos abastecimentos.

Menos efusiva esteve Susana Santos, que, na zona mista, reconheceu ter sido uma prova sofrida, sobretudo devido ao calor e à humidade, ainda mais do que as sentidas nos Jogos Olímpicos Paris2024, na qual foi 56.ª (02:35.57).

"Foi muito desgastante, porque as condições não são as melhores. A temperatura é elevada, assim como a humidade. Até aos 30 quilómetros ia com boas sensações, mas, depois, tive bastantes dificuldades. Comecei a sentir o corpo a pesar e só consegui gerir para chegar ao fim", explicou.

A atleta do Recreio de Águeda, de 33 anos, que tem 02:24.46 como recorde pessoal, admitiu sentir-se melhor com temperaturas mais baixas. "Os meus recordes pessoais são em maratonas de inverno. Corro muito melhor quando temperaturas mais baixas. Não saio daqui satisfeita porque ambicionava mais, queria fazer uma melhor classificação e um melhor tempo, mas, com estas condições, não foi possível. Tenho de recuperar, para, depois, trabalhar para os próximos objetivos", concluiu a maiata.

Carla Salomé Rocha estava convocada para a prova, mas lesionou-se no estágio da seleção portuguesa que antecedeu os Mundiais e já regressou a Portugal. A maratona foi vencida pela queniana Peres Jepchirchir, em 02:24.43, impondo-se, já na pista do estádio à etíope Tigst Assefa, segunda classificada, ao gastar mais dois segundos, enquanto a uruguaia Júlia Paternain arrebatou a medalha de bronze, já a quase três minutos, em 02:27.23.

Portugal conta com duas medalhas de ouro na maratona feminina, conquistadas pela recordista nacional Rosa Mota, em Roma 1987, e por Manuela Machado, em Gotemburgo 1995, que arrebatou ainda a prata em Estugarda 1993 e Atenas 1997.

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