“À terceira é de vez. Estes dias eu estava a pensar ‘à terceira tem que ser de vez, não há hipótese’. Nós temos vindo a crescer, esta última final foi um bocadinho a lotaria, os penaltis é uma sorte. Acho que fizemos uma final do Europeu espetacular, demonstrámos que temos capacidade e qualidade. Se me perguntar a mim, são as duas melhores equipas da Europa, mas primeiro nós, primeiro somos nós, para mim somos as melhores da Europa. Somos nós”.
Há cerca de quatro meses, em entrevista à Tribuna Expresso, era assim que Carla Vanessa olhava para o Europeu de futsal feminino de 2023. Naquela altura, cumpria 100 internacionalizações entre o futsal, futebol e futebol de praia, mas o foco já estava voltado para o Europeu e para a tão desejada vitória.
A história deste torneio começou em 2019. Em Gondomar, a seleção portuguesa teve a possibilidade de se tornar a primeira vencedora de sempre de um Europeu de futsal feminino. Perdeu, foi a Espanha levar a melhor. A segunda edição chegou em 2022 e o resultado foi o mesmo, embora desta vez com uma final mais renhida que só ficou decidida nas grandes penalidades.
Com a chegada do terceiro ano, dificilmente se esquece este registo de derrotas contra a mesma seleção. O passado tem peso na cabeça e nas pernas?: “Conta sempre um bocadinho, no aspeto dos nossos erros, se calhar corrigi-los, não voltar a fazer e sermos mais certas e rigorosas no nosso trabalho”, diz Carla à Tribuna Expresso durante o estágio da seleção em Rio Maior.
Este ano a Espanha será a primeira adversária de Portugal, logo nas meias-finais. A história poderia ditar que este é um jogo diferente, e na verdade dita, mas só para os adeptos que anseiam pela vitória. Para as jogadoras, jogar contra a seleção do país vizinho é o mesmo que jogar contra qualquer outra seleção, apesar da noção de quem são as adversárias.