O que é ou não comum hoje em dia já é uma questão de opinião, vivências ou pontos de vista. Talvez os percursos de Chloe Covell e Ginwoo Onodera não sejam os mais comuns aos olhos da maioria ou talvez sejam algo dentro dos ‘padrões’, mas são tudo o que eles conhecem. E conhecem tão bem.
Falamos da vencedora da medalha de prata da competição feminina e do dono do bronze no lado masculino do Campeonato do Mundo de skateboarding, organizado pela World Skate. E o que os torna diferentes dos outros? Ambos pisaram o pódio com apenas 12 anos.
Chloe Covell, que sopra 13 velas esta quarta-feira, sempre gostou de desporto. Futebol, surf, basquetebol, todos atraíam a sua atenção. Mas foi quando, de repente, se cruzou com o skate que as coisas se tornaram um pouco mais sérias. “Comecei a praticar quando tinha seis anos. Estava a ver televisão e o X Games apareceu. Depois de ter visto, só queria começar”, contou ao “The Guardian”.
Quem apareceu na sua televisão foi Nyjah Huston, ídolo da australiana e também o motivo pela qual começou na modalidade. “Só o vi a andar. As manobras que ele fazia eram tão boas e ele fazia tudo com tanta facilidade”, disse ao site dos Jogos Olímpicos.
A partir daí, tudo avançou muito rapidamente, sendo que Chloe demorou apenas dois anos a participar na sua primeira competição a nível local. Três anos depois, já ganhava medalhas e participava em provas a nível mundial. Agora, só pensa nos Jogos Olímpicos de Paris.
Francois Nel
“Ver a progressão da Chloe ao longo dos últimos 12 meses, considerando a sua idade, é bastante incrível”, disse a treinadora australiana Debbie Savage ao mesmo jornal britânico. “Estamos certamente muito entusiasmados em apoiá-la e vê-la alcançar os seus sonhos e objetivos em relação a Paris. A sua progressão é um reflexo da sua paixão, do seu entusiasmo pelo desporto. É isso que alimentamos e encorajamos”.
O Mundial onde ambos os skaters venceram medalhas é o mais importante no que ao ranking olímpico diz respeito.
A paixão de Ginwoo Onodera pelo skateboarding não começou de forma muito diferente. Tinha cinco anos quando viu várias pessoas a andar de skate em Venice Beach, na Califórnia. O impacto foi tal que nunca mais largou a modalidade. O pai, em entrevista ao “The Berrics”, associou o interesse inicial à paixão que o filho tinha pelo filme de animação ‘Carros’, especialmente as rodas.
No Campeonato do Mundo, o japonês tornou-se o mais jovem de sempre a vencer uma medalha no masculino. Ginwoo foi também o único que terminou no pódio a conseguir três das cinco melhores tentativas de manobras, só que as pontuações mais altas do francês Aurélien Giraud e do português Gustavo Ribeiro, vice-campeão, ditaram o terceiro lugar da criança.
Francois Nel
Por força da idade, a sua carreira é curta, mas este Mundial não foi o primeiro evento em que fez história. No ano passado, Ginwoo tornou-se o campeão nacional mais jovem de sempre no Japão. Logo após fazer história, o jovem deixou claro que está na modalidade com um objetivo bem definido.
“Andei de forma agressiva na final”, disse ao “The Japan Times”. “Executei todas as manobras que queria. Não estava nervoso. Quero melhorar e ganhar títulos em todo o mundo. Quero tornar-me uma estrela do skate”.