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O recorde nacional ao ar livre valeu prata a Auriol Dongmo nos Europeus de Munique

Depois do título mundial indoor e da desilusão nos Mundiais ao ar livre, Auriol Dongmo voltou às medalhas ao ser segunda na final do lançamento do peso nos Europeus de Munique. Os 19.82 que conseguiu à segunda tentativa são recorde nacional, mas a neerlandesa Jessica Schilder foi mais forte e a única a ultrapassar os 20 metros no concurso

Lídia Paralta Gomes

ANDREJ ISAKOVIC/Getty

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“Agora é pensar nos Europeus”

As palavras foram ditas por Auriol Dongmo há um par de semanas após um 5.º lugar nos Mundiais de Eugene que deixou aquele sabor a desilusão. Ser a 5.ª melhor do mundo no peso dificilmente será mau, mas Dongmo partiu para Eugene com a segunda melhor marca do ano e o estatuto de campeã mundial indoor - uma medalha estava-lhe na cabeça.

E, tal como em março, quando bateu o recorde nacional absoluto lançando o peso a 20,43, numa espécie de ressurreição após o enorme baque que foi o 4.º lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Dongmo voltou a renascer. Mas talvez não o renascimento em grande que a atleta de 32 anos desejava, ela que surgia em Munique como principal favorita ao título europeu.

A maior oposição viria da neerlandesa Jessica Schilder, 3.ª nos Mundiais indoor quando Dongmo foi campeã, lugar que repetiu, com alguma surpresa, nos Mundiais ao ar livre de Eugene. E Schilder provou mesmo ser a maior ameaça à portuguesa: a lançar primeiro que Dongmo, abriu o concurso logo com 19.47 e de seguida seguir dinamitou a competição com um 20.24, melhor marca europeia ao ar livre do ano. Dongmo não conseguiu responder. Mas à segunda tentativa fez 19.82, um recorde nacional ao ar livre que lhe valeu uma medalha de prata que engorda os seus feitos por Portugal, país que adotou como casa em 2017, estabelecendo-se em Leiria, a trabalhar com o treinador Paulo Reis.

Num concurso desequilibrado em termos de marcas, a vitória esteve sempre apenas ao alcance de Schilder e Dongmo, que foram as únicas atletas a ultrapassar os 19 metros. O bronze foi para outra neerlandesa, Jorinde van Klinken, com 18.94.

A pequena lesão e o objetivo por concretizar

No final da prova, aos microfones da RTP, Auriol Dongmo revelou que nos últimos dias sofreu uma pequena lesão no braço que não a terá deixado lançar em perfeitas condições. “Claro que não estou satisfeita, mas há dois dias nem sabia se podia lançar”, sublinhou a atleta do Sporting, que ainda assim se diz “contente” com a medalha de prata, face às dificuldades que entrou.

Depois de elogiar a rival Schilder, “uma jovem que está a aparecer, muito boa adversária”, Dongmo frisou que vai “continuar a trabalhar” para conseguir esse grande objetivo que lhe tem fugido, um título num grande evento ao ar livre, ela que já conquistou o ouro em Europeus e Mundiais indoor.