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Da canábis para uso medicinal ao papel de influência no clube russo: Diretor, colega de equipa e médico defendem Brittney Griner em tribunal

O julgamento de Brittney Griner na Rússia continua e desta vez foram chamados a depor o diretor do clube russo onde joga quando não está na WNBA e uma das suas colegas da equipa. O tribunal recebeu ainda uma nota da parte do médico da jogadora. No final das duas sessões desta semana, não houve um veredicto

Rita Meireles

NATALIA KOLESNIKOVA/Getty

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Quando se trata de ir à luta, a WNBA vai em peso. Tem sido assim em relação a diversos temas, mas principalmente desde fevereiro, altura em que Brittney Griner foi detida na Rússia. Os clubes colocaram as iniciais “BG” em todas as arenas, deram seguimento às causas sociais que Griner apoia e são lançados, diariamente, apelos à Casa Branca.

Recentemente, durante o All-Star Game da liga feminina, as jogadoras entraram em campo com o nome e número de Griner nas costas. Esta sexta-feira, a própria jogadora quis mostrar que sentiu esse apoio, mostrando a fotografia do momento durante a audiência.

Este foi o segundo de dois dias seguidos de julgamento. Na quinta-feira, o diretor do clube russo para o qual joga, na off season da WNBA, e uma colega de equipa testemunharam em defesa do seu carácter e do que campeã olímpica tem significado para o basquetebol feminino no país.

"A nossa tarefa hoje foi contar ao tribunal sobre as suas características como atleta, como pessoa e contar como ela desempenhou um grande papel no sucesso do clube e do basquetebol feminino russo como um todo. Hoje é o primeiro dia desde fevereiro em que vemos a nossa jogadora. Graças a Deus, ela sente-se bem e parece bem", disse Maxim Rybakov, diretor do clube UMMC Ekaterinburg, à saída do tribunal.

Evgeniya Belyakova foi a jogadora que marcou presença na audiência: "A Brittney sempre foi uma boa colega de equipa, por isso o meu papel aqui é apenas estar com ela, apoiá-la".

Ao longo de sexta-feira, foi entregue uma nota da parte do médico da jogadora norte-americana em que este afirma ter recomendado o uso da canábis medicinal para tratar a dor, segundo avançou o advogado de Griner. Na Rússia, mesmo que para fins medicinais, a canábis é ilegal.

"O médico deu à Brittney recomendações para o uso da canábis medicinal", disse a sua advogada, Maria Blagovolina, de acordo com a "Associated Press". "A autorização foi emitida em nome do Departamento de Saúde do Arizona".

Griner está detida na Rússia há mais de quatro meses e enfrenta uma pena que pode chegar até aos 10 anos de prisão. A jogadora declarou-se culpada em tribunal na semana passada, admitindo ter consigo óleo de canábis no momento em que passou pelo aeroporto. A intenção não era essa, mas uma falta de atenção quando se apressou a fazer as malas resultou nisso mesmo.

A sua confissão de culpa veio um dia depois de a Casa Branca ter dito que o presidente Joe Biden tranquilizou a mulher de Griner, garantindo-lhe que estava a trabalhar para a libertar o mais depressa possível. Da parte dos Estados Unidos, Brittney Griner está “detida injustamente” na Rússia.

A próxima audiência está marcada para 26 de julho. Foi emitida uma autorização para que a jogadora possa ficar detida até 20 de dezembro, mas a expetativa dos seus advogados é que o julgamento termine no início do próximo mês.