No seguimento da compra do Newcastle United por um fundo saudita com ligações ao governo daquele país, os restantes clubes da Premier League votaram a favor de um bloqueio temporário de patrocínios com empresas ligadas aos donos dos clubes. Foram 18 as equipas que aprovaram a medida, numa reunião de emergência realizada na passada segunda-feira.
Naturalmente, o Newcastle votou contra, enquanto o Manchester City preferiu abster-se. De acordo com a BBC, ambos questionaram a legalidade da decisão, que pode abalar alguns planos dos novos proprietários do Newcastle. A consequência imediata é a suspensão temporária, por um mês, dos acordos de patrocínio com empresas ligadas aos donos dos próprios clubes. Entretanto, a questão vai continuar a ser debatida.
Segundo a BBC, algumas das equipas mais tituladas – e endinheiradas – da Premier League queixaram-se da facilidade com que o fundo saudita completou o negócio. Segundo esses clubes, o negócio ultrapassou muito facilmente o escrutínio habitual exercido pela liga inglesa.
O dono do Leeds United queixou-se que as regras do Fair Play Financeiro têm de ser aplicadas a todos os clubes. Em resposta, a Premier League disse que aprovou a compra depois de ter recebido “garantias legais” de que o Estado saudita não iria controlar o clube mais nortenho de Inglaterra.
O fundo que comprou o Newcastle, o PIF (Public Investment Fund), responsável por 80% dos fundos para o negócio, é tido como separado do Estado, ou assim querem que ele seja visto. Mas o presidente do PIF é nem mais nem menos do que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. De recordar que a família real saudita está envolvida em diversas controvérsias, como o alegado financiamento de terroristas ou o caso do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado em 2018.
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