Bernardo Silva e Rúben Dias serão “recordados para sempre” no City devido à “maldita” Champions que “não é nada fácil de ganhar”

Editor
Pep Guardiola já se desfizera no repetido elogio apesar de a pergunta nem ser diretamente sobre ele, dizendo “que jogador, que jogador” sobre Bernardo Silva, o pequeno mas grande pensador mais uma vez depositado à direita do ataque do Manchester City, com liberdade para ir espreitar ao centro do campo e se dar à bola onde ela estiver. Recetor de tantas louvas ao longo desta e de outras épocas, o português derreteu-se com a conquista da Liga dos Campeões: “Trabalhámos tanto para conseguir isto e hoje, finalmente, tivemos o que merecíamos, fizemos história, estou tão feliz, acho que é de longe o melhor dia da minha carreira. Vou tocar naquela taça.”
O 20 dos cityzens falava já com a medalha ao pescoço, no meio do maralhal de jogadores, familiares e staff do clube que se juntaram a um canto do relvado do estádio Atatürk, em Istambul. O caneco já ia de mão em mão para beijos e fotos quando Bernardo Silva falou à “Eleven Sports” e abriu o coração. “Adorava que o meu avô estivesse aqui a ver-me a ganhar esta competição. Já não está cá, significou muito para ele que eu jogasse futebol, ia ver os meus jogos todos, por isso gostava de partilhar isto com ele”, contou o médio. Mais tarde, partilharia uma foto com o orelhudo troféu nas redes sociais afirmando que foi “um sonho cumprido”.
Pelo campo os futebolistas continuaram a passear e, às tantas, viu-se Rúben Dias a transbordar da sua alegria e a dar um bondoso pontapé na perna à qual Bernardo Silva tinha gelo colado com fita adesiva. Um gesto de carinho, não de maldade. “É um feito muito especial para todos nós, seremos recordados para sempre por isto. É especial partilhá-lo com um grupo de pessoas incríveis, todas muito merecedoras do que aconteceu aqui hoje”, falou, depois, o defesa central com um tom mais formal e a manter postura.
Um dos capitães de equipa do City, o internacional português acrescentou que foi “um caminho muito difícil” até a equipa alcançar a conquista da Champions - não mencionando, mas por certo lembrando-se da final perdida há dois anos, no Porto, contra o Chelsea. “Este maldito troféu é tão difícil de ganhar”, reconheceu também Pep Guardiola, uma mão na anca e outra a segurar o microfone da “CBS Sports”, defendendo que a vitória da equipa “estava escrita nas estrelas” ao lembrar como Ederson os salvou nos minutos finais com um par de defesas.
O treinador das três Ligas dos Campeões vencidas e dois trebles (ou tripletes) conquistados - repetiu o que fizera, em 2009, com o Barcelona, ganhando campeonato, taça e Champions - reconheceu que “após o Mundial a equipa deu um passo em frente” e como “esta não foi a nossa melhor prestação”, mas a conquista “dá significado” às cinco Premier Leagues que já logrou com o Manchester City. E insistiu em realçar uma coincidência, para quem acreditar nelas: “Hoje faz 14 anos desde que ganhámos o treble com o Barcelona e 14 é o número de Johan Cruyff.”
Em dia de alegria e festa, o catalão não esqueceu a sua maior inspiração.
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