É uma das perguntas do momento: os atletas russos devem ou não participar nos Jogos Olímpicos de 2024? As opiniões divergem e dificilmente se chegará a um consenso, mas é necessário tomar uma decisão final. Com isso em mente, a presidente da Câmara Municipal de Paris, cidade que vai acolher o torneio, tornou pública a sua posição.
"Enquanto a Rússia continuar a guerra contra a Ucrânia, não quero que haja uma delegação russa nos Jogos de Paris. Eu acharia isso indecente", defendeu Anne Hidalgo. "Não é concebível [para os atletas russos] marcharem como se nada tivesse acontecido, ter uma delegação a vir a Paris enquanto as bombas ainda chovem sobre a Ucrânia".
O tema ganhou dimensão depois de o Comité Olímpico Internacional (COI) ter anunciado um potencial "caminho para a participação dos atletas" russos. A ideia passa por deixá-los participar em representação de uma bandeira neutra e exigir que não apoiem publicamente a guerra na Ucrânia. “Nenhum atleta deve ser impedido de competir apenas por causa do seu passaporte", defendeu o COI.
A bandeira russa não marca presença nos Jogos Olímpicos desde 2016, devido a um processo relacionado com doping, mas desde que o presidente Vladimir Putin avançou com a guerra os atletas têm sido banidos de diversas competições desportivas.
Assim como Hidalgo, também a própria Ucrânia já reagiu ao tema, ameaçando boicotar a competição se qualquer atleta russo ou bielorrusso for autorizado a competir. Mas há quem opte por defender a ideia do COI, como o presidente francês Emmanuel Macron.
"O desporto não deve ser politizado. Estes grandes eventos destinam-se a permitir que atletas de todos os países, por vezes incluindo países em guerra, deem vida ao desporto", afirmou.
Mas há quem vá muito mais longe. O polaco Kamil Bortniczuk, ministro do desporto, fez saber que cerca de 40 países poderiam recusar participar nos Jogos Olímpicos se os atletas russos e bielorrussos tiverem permissão para competir. Esta terça-feira, os países nórdicos, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia, também se expressaram contra a presença de atletas russo em Paris, numa carta enviada a várias organizações, uma delas o COI.
Os Jogos Olímpicos de Paris vão arrancar no dia 26 de julho do próximo ano.