Na conferência de imprensa em que fez o balanço da participação portuguesa em Tóquio 2020, na Aldeia Olímpica, José Manuel Constantino comentou os acontecimentos da final do triplo salto, em que Nelson Évora, vestido com o equipamento oficial de Portugal, deu indicações e apoio a Hugues Fabrice Zango, atleta do Burkina Faso que era um dos maiores adversários de Pedro Pablo Pichardo na luta pela vitória.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal diz que não assistiu, que o que conhece da situação são “relatos”, mas deixou um recado ao campeão olímpico em Pequim 2008.
“O que tenho a dizer é que Portugal deve ter o maior apreço e admiração pelos seus atletas e sobretudo uma grande admiração por aqueles que, além de nos representarem, são talentos nacionais, com prestações de caráter internacional que a todos nos devem orgulhar. Mas nenhum desses nossos talentos está acima de Portugal”, frisou Constantino.
“Estamos aqui a representar Portugal, não nos estamos a representar a nós próprios. E nessa circunstância uma representação nacional deve exigir de todos os envolvidos um sentido de companheirismo, de colaboração, de entreajuda. Porque quem sai a ganhar é Portugal, independentemente dos estados de alma que cada um tenha relativamente aos seus colegas de profissão ou de missão”, sublinhou ainda o líder do COP, dizendo ainda que o que conta nuns Jogos Olímpicos “é o país e é o país que, acima de tudo, deve ser respeitado”.
José Manuel Constantino revelou ainda que Marco Alves, chefe da missão portuguesa em Tóquio 2020, conversou com Nelson Évora sobre o caso.
“Com a prudência e o cuidado que tudo isto envolve, posso partilhar que o chefe de missão teve a esse propósito uma conversa com o Nelson”, disse o responsável.