What happened, Miss Simone? perguntamo-nos primeiro naquela qualificação em que já parecia nervosa, tensa, preocupada, depois quando já na final do concurso completo por equipas um salto mal executado fez com que o seu perfeito corpo de ginasta se desconectasse da mente que é humana como a de todos nós. Simone Biles disse basta, precisava de se preocupar com a sua saúde mental, isso é mais importante que qualquer medalha, qualquer recorde.
Estes iam ser os Jogos Olímpicos de Simone Biles. E foram os Jogos Olímpicos de Simone Biles. Porque nunca ninguém anunciou as suas fragilidades e inseguranças num tamanho palco, com tamanho estrondo, quando se preparava para se tornar na atleta olímpica mais importante destes dias, depois de Michael Phelps e Usain Bolt anunciarem o adeus.
Em Tóquio, Simone Biles qualificou-se para as finais do concurso completo individual e por equipas e para as finais dos quatro aparelhos, podia de repente ganhar seis medalhas, mas foi desistindo das provas. Uma a uma. Até à última. A trave, que nem sequer é a sua maior especialidade.
A luz verde dos médicos chegou na noite de segunda-feira. Just in time, como cantava outra Simone, Nina, na cover que tornou tão dela, just in time Simone Biles encontrou-se, não que não haja no more doubt or fear, mas ela encontrou-se, a tempo de dizer adeus a Tóquio nos seus próprios termos.