Em 2023, quando a curiosidade ou dever profissional nos obriga a saber mais sobre um treinador ou jogador desconhecido, a varinha mágica de que sacamos é sempre a mesma: abrir um novo separador no motor de busca e lá escrever — ou fazer copy paste, quando a sucessão de consoantes nos dificulta a vida — o nome da pessoa em causa. Foi essa reação que o Vizela provocou ao anunciar que o treinador contratado para a próxima temporada é Pablo Villar.
A primeira sugestão que, via Google, nos é dada pela autêntica bíblia que é o “ZeroZero”, parceiro de todas estas aventuras virtuais para conhecermos um pouco melhor alguém, é a de um tal Pablo César Villar, ex-jogador argentino que nem direito a fotografia tem. Não sendo o técnico em questão, regressamos à casa de partida e encontramos Pablo Villar Ferreiro, 36 anos, natural de Avilés, nas Astúrias. Eis o homem que sucede a Tulipa.
Só que a coluna da direita, que radiografa o percurso do futebolista ou técnico, é pouco normal para o dono de um banco de primeira divisão. Sem quaisquer registos como antigo jogador, a trajetória começa em modestos clubes como o CD Tineo ou o Urraca, onde o asturiano trabalhou nas profundezas do 4.º escalão do futebol espanhol.
Após esse começo, partiu para anos como treinador-adjunto, no Karpaty, da Ucrânia, onde esteve com o português José Morais, ou no Quingdao Hainiu, da China. Com a ajuda do LinkedIn pessoal do técnico, sabemos, também, que foi olheiro do Betis, licenciou-se em ciências da atividade física e desporto pela Universidade de Vigo e diz ter um nível “básico” de ucraniano, “intermédio” de chinês e “avançado” de inglês.
Depois destas experiências como adjunto, a vida como treinador principal retomou no Pohronie, da Eslováquia, para nove jogos e somente uma vitória em 2021/22. Rumando a norte neste périplo por diversos países, foi para a Lituânia.
No Riteriai, orientou 22 encontros — 10 vitórias — em 2022 e quatro em 2023, não conseguindo qualquer triunfo e sendo despedido. No clube de Vilnius, última paragem antes de Vizela, teve como adjunto o mais português dos homens do futebol lituano, Edgaras Jankauskas. Conscientes da pouca informação disponível sobre um dos 18 donos de bancos da próxima I Liga, ligámos para o ex-FC Porto, Benfica e Belenenses para saber mais.
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