Quando Bernardo Silva era criança, a mãe deixava-o jogar à bola dentro de casa. A companhia constante fez com que o objeto se tornasse “parte do corpo” do menino, “outro pé”, recorda a mãe. Mas não só daquela paixão se fez a infância do rapaz que Guardiola classificaria como “extremamente inteligente”, “adaptável a tudo”. As brincadeiras com a irmã mais velha puxavam pelo cérebro e o empenho na escola era “inegociável”, lembra o jogador, a quem os pais aguçaram a curiosidade para outros interesses além do futebol.
Os testemunhos de pais, antigos professores e treinadores e do próprio Bernardo foram recolhidos por Francisco Fardilha na tese de doutoramento que fez na Universidade de Ciências da Saúde e do Desporto de Stirling, Escócia. Atual diretor técnico do futebol feminino do Bayern Munique, procurou pistas para entender a criatividade no desporto — conceito com mais de 80 definições académicas diferentes — através da ligação entre a ciência e a prática que está associada à sua vida como dirigente e treinador.