Nos últimos anos, a maior parte dos clássicos na liga portuguesa tem sido marcada pela ausência de risco e pela vontade de não deixar o adversário jogar. Ora, isto leva a muitos duelos (não menos faltas) e a paragens constantes. O espaço para o brilho ofensivo, com raras excepções, costuma ser reduzido. Um Porto-Benfica não promete, à partida, ser um espectáculo memorável. Mas, independentemente do resultado, ajudará a perceber em que ponto está a renovação das duas equipas.
Houve mais mudanças na Luz. Antes de ser um confronto táctico, a visita ao Dragão é um desafio mental para os encarnados. Também terão de jogar contra si próprios, anulando fantasmas recentes. Roger Schmidt, no discurso e na proposta futebolística, pretende um Benfica fiel a si mesmo em qualquer relvado, mantendo a capacidade de pressão alta, gerindo o ritmo com bola e procurando a verticalidade sempre que possível. Apesar do desempenho em Turim e em Paris, não há clima e adversário tão intimidante como a conjugação Porto e Dragão num clássico. Nesse sentido, e não tirando importância ao resultado, a maior derrota dos atuais líderes da liga surgirá caso seja a equipa de Conceição a ditar as regras do jogo.
Um alemão e um admirador da Bundesliga entram num clássico (a antevisão ao FC Porto - Benfica)
De um lado, o líder do campeonato num desafio mental: continuará o Benfica fiel a si mesmo, mantendo a capacidade de pressão alta, gerindo o ritmo com bola e procurando a verticalidade sempre que possível? E o FC Porto vai procurar alternativas de saída direta, tentando encontrar espaços para explorar no meio campo contrário? Para o analista e comentador Tomás da Cunha, estas são algumas das perguntas para o clássico desta sexta-feira (20h15, Sport TV1), onde os centrais de ambas as equipas também estarão à prova
Tomás da Cunha
21.10.2022 às 8h30
Quality Sport Images/Getty
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