Futebol internacional

O inevitável Manchester City é novamente campeão de Inglaterra, o primeiro a fazê-lo quatro vezes seguidas

O inevitável Manchester City é novamente campeão de Inglaterra, o primeiro a fazê-lo quatro vezes seguidas
Naomi Baker

Triunfo por 3-1 frente ao West Ham garante mais um título para o Manchester City, o sexto desde que Pep Guardiola chegou ao Etihad e sexto nos últimos sete anos. Depois de um início de época periclitante, o City encontrou-se no arranque de 2024 e, tal como na época passada, roubou o sonho ao Arsenal, que chegou à última jornada da Premier League ainda com hipóteses

Há algo de inevitabilidade nos títulos do Manchester City na Premier League. Seja qual for a caminhada, os tropeços ou os problemas, tudo se parece endireitar magicamente quando o momento assim o exige, frustrando aqueles que sonham terminar com um domínio que, nos últimos sete anos, só foi interrompido pelo Liverpool na temporada da pandemia.

Com a vitória por 3-1 frente ao West Ham, a equipa de Pep Guardiola confirmou o seu 10.º título inglês, quarto seguido, algo absolutamente inédito na centenária história do futebol inglês. Tal como na última temporada, em que o Arsenal chegou a cheirar o título, com sete pontos de vantagem na frente, o City voltou a acabar a época de sorriso na cara depois de, pelo meio, parecer algo perdido. Em outubro desbaratou a liderança, chegou a ser 5.º a seis pontos do Arsenal e em meados de dezembro atingiu um pouco orgulhoso registo de um mês sem ganhar na Premier League.

Robbie Jay Barratt - AMA

Terá sido o toque de caixa necessário para a super-equipa montada pela sensibilidade muito particular de Pep Guardiola voltar a organizar-se. De meados de dezembro para cá, não perdeu qualquer jogo em todas as competições e a ultrapassagem pela direita a Liverpool e Arsenal aconteceu com uma série de 10 vitórias seguidas na Premier League, enquanto os rivais foram aqui e ali cedendo à pressão. O Arsenal, que há um ano acabou o campeonato com 84 pontos, fez melhor este ano, com 89. O Manchester City, mesmo com as suas hesitações, acabou a liga com 91 pontos. É preciso falhar muito pouco para bater este City em modo maratona. Os londrinos tinham ténues esperanças de ainda chegar ao título: precisavam de ganhar, o que fizeram, 2-1 ao Everton, mas precisavam que o City perdesse pontos. O que nesta altura parecia improvável.

Dois dos golos da vitória providencial deste domingo, saíram do génio de Phil Foden, menino da casa e recentemente considerado o melhor jogador da Premier League 2023/24, numa temporada em que Rodri foi o homem dos jogos decisivos. Ainda que menos produtivo do que no ano da estreia, Haaland marcou 27 golos na Premier League e Bernardo Silva voltou a ser um dos soldados de confiança de Guardiola.

Justin Setterfield

O treinador catalão, que conquista o seu 6.º título em Inglaterra, juntando-se no segundo lugar da lista liderada por Alex Ferguson a George Ramsey e Bob Paisley, perdeu Mahrez e Laporte para os milhões sauditas e Gundogan saiu a custo zero para o Barcelona no início da época. Mas entraram para o plantel a experiência de Mateo Kovacic, a irreverência de Jeremy Doku e do lateral croata Gvardiol, além do português Matheus Nunes.

Não se sentiram as alterações e o City continua a sua lenda, ainda que o título não chegue sem polémica: as 115 violações das regras financeiras da Premier League, conhecidas em fevereiro de 2023, continuam sem sanção e a liga tem sido opaca quanto às datas previstas para audição do clube.


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