O troféu mais desejado também deu a Lionel Messi a sua oitava Bola de Ouro
FRANCK FIFE
Argentino conquistou a Bola de Ouro, da “France Football” pela oitava vez, coroando uma época de 2022/23 em que levantou a taça de campeão mundial. Aitana Bonmatí foi considerada a jogadora do ano e Jude Bellingham o melhor jovem da temporada
O Théâtre du Châtelet está habituado a receber os maiores nomes da ópera e da música clássica, mas esta segunda-feira a sinfonia foi outra, ao reconhecer, quem sabe pela última vez (é sempre um risco uma afirmação destas), a arte e a preponderância de Lionel Messi, dez meses depois do argentino ter pegado na batuta e liderado a Argentina na conquista do seu terceiro título mundial, depois de 1978 e 1986.
Os sete golos e três assistências apenas colocam em frios números a orientação quase cósmica de Messi naquela seleção que no Catar colocou o lacinho numa carreira em que tudo ganhou. Depois do prémio maior, Lionel Messi pegou na família e foi jogar para Miami e para a MLS. A oitava Bola de Ouro vem premiar, essencialmente, a primeira parte da temporada 2022/23, até à noite mágica de Doha em que levantou a taça que um dia Maradona também mostrou aos céus. Ele próprio o reconheceu no discurso da vitória, que terminou com uma menção a Diego, que esta segunda-feira faria 63 anos. O título da Ligue 1 com o Paris Saint-Germain contará também, decerto, mas o Mundial foi absolutamente decisivo.
Lionel Messi repete os triunfos de 2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019 e 2021. As de 2010, 2011, 2012 e 2015 aconteceram quando o prémio da revista “France Football” era entregue em conjunto com a FIFA. O argentino de 36 anos distancia-se de Cristiano Ronaldo, que venceu o prémio cinco vezes, depois de uma temporada em que marcou 38 golos e distribuiu 26 assistências, em 54 jogos.
Erling Haaland foi o 2.º mais votado, com Kylian Mbappé a terminar em 3.º. Bernardo Silva foi o 9.º na lista, com Rúben Dias a quedar-se pelo 30.º posto.
Aitana Bonmati, ganhou tudo. E principalmente a dignidade
A fabulosa Aitana Bonmatí, farol do meio-campo de Espanha e do Barcelona, ganhou tudo o que tocou esta temporada. Liga, Champions e, por fim, o Mundial dos sonhos e pesadelos das jogadoras espanholas, cujo feito foi ofuscado pela leviandade do então presidente da federação espanhola, Luis Rubiales.
Aitana Bonmati
FRANCK FIFE
A Aitana nunca lhe faltou o talento mas também a voz e também é por isso que esta Bola de Ouro, a primeira da jovem de 25 anos, é tão justa. Sucede à colega de equipa e de seleção Alexia Putellas. A australiana Sam Kerr foi a 2.ª mais votada e Salma Paralluelo, avançada do Barcelona e da seleção espanhola, ficou em 3.º.
Emiliano Martínez, figura essencial na vitória argentina no Mundial, recebeu o Troféu Yashin, para o guarda-redes do ano. O Troféu Kopa, para o melhor jovem, foi para o inglês Jude Bellingham, que sucede a Gavi. António Silva, do Benfica, foi o 8.º mais votado. O goleador do ano foi Erling Haaland, vencedor do prémio Gerd Muller, depois dos 56 golos marcados na época 2022/23.
Já o Troféu Sócrates, que agracia jogadores com trabalho feito na área social, foi entregue a Vinicius Jr., brasileiro do Real Madrid, pelo papel da sua fundação no apoio a jovens brasileiros vindos de meios desfavorecidos.
A melhor equipa feminina foi o Barcelona, que conquistou campeonato, Champions e Supertaça na última temporada. Sem surpresas, o Manchester City foi considerado a melhor equipa masculina de 2022/23, temporada em que venceu campeonato, Champions e FA Cup. É a segunda vitória consecutiva da equipa treinada por Pep Guardiola, que tinha sete jogadores entre os nomeados à Bola de Ouro, cinco no top 10.