À conversa com Diogo Leite sobre o valor da liberdade e os vídeos de Hummels

Analista e comentador de futebol
Berlim é uma cidade onde a expressão individual se manifesta de muitas formas. Nos relvados, inclusive. E com a camisola do Union. Correu meio-campo em condução de bola, desmarcou-se para a esquerda e, já na área contrária, rematou de pé direito para o ângulo mais distante. Assim surgiu o primeiro golo de Diogo Leite na Alemanha, no terreno do Astoria Walldorf, logo a abrir a temporada. No dia de folga, eram 11h28 (por lá) e já estava na sala de espera para uma conversa à distância, mas sem segredos. O timing de entrada é uma característica valiosa para qualquer central. Na memória, tínhamos ambos uma exibição fabulosa contra o Olympiacos, ainda com as cores do FC Porto, que serviu para abrirmos o campo.
Os olhos brilharam de forma diferente com essa recordação da viagem à Grécia. Não só. Sem que perguntasse, Diogo falou do encontro com o Manchester City, no Dragão, quando Sérgio Conceição apostou numa defesa a três. Alinhou ao centro. “Não foram jogos propriamente fáceis”, lembra. Já não tem qualquer vínculo contratual com o clube de crescimento e onde se afirmou como um dos jovens mais promissores na posição, fazendo parte da extraordinária geração de 1999. A longevidade na primeira equipa azul e branca não acompanhou as expetativas, mas “não foi uma questão de não estar preparado”.
Um dos motivos destacados pelo central para não conseguir a afirmação plena foi a falta de continuidade. Nunca andou seguro no 11 titular. O erro pesava. A comparação com a sequência que fez na Bundesliga deixa tudo claro, reforçando a ideia de “maturidade” e “maior perceção”. Acima de qualquer explicação tática, Diogo Leite agarra-se às diferenças no psicológico. “A confiança da estrutura e, especialmente, do treinador dá-te liberdade mental e disponibilidade para o jogo”, conclui. “Se houver um momento menos conseguido, não te vai afetar para as próximas jornadas, jogas livre”. Bate certo com aquilo que vimos no Dragão.
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