O empresário português Jorge Mendes, Peter Lim, acionista principal do Valencia, Layhoon Chan, presidente do clube e Amadeo Salvo, antigo líder dos che, serão investigados pela Procuradoria de Crimes Económicos de Valência por “suspeitas de gerir o Valencia CF de forma desleal”, diz o jornal “Las Provincias”, daquela região espanhola.
A publicação revela que o grupo, onde está incluído o agente português, poderá ser indiciado e ter de responder em tribunal por crimes de natureza financeira, corrupção e crime contra o fisco. As autoridades têm agora seis meses para juntar provas e ouvir testemunhas. E há negócios feitos com o Benfica na mira da investigação.
O caso iniciou-se com uma denúncia de Miguel Zorío, antigo vice-presidente do Valencia, em janeiro. Em causa, alegadas irregularidades em vários negócios, incluindo vendas do Benfica para o clube espanhol. “De recordar que, num só ano, o Valencia gastou 211 milhões de euros em jogadores, algo só ao alcance de um Chelsea, City ou PSG. O mais estranho de tudo é que, por exemplo, nas contratações de Cancelo, André Gomes, Enzo Pérez e Rodrigo, que custaram 95 milhões de euros ao Valencia, quase 35 milhões foram parar às mãos dos agentes (gastos que o Benfica coloca na documentação que apresentou à Bolsa de Lisboa)”, frisou Zorío em comunicado.
O antigo dirigente diz que com estes negócios o Benfica “salvou a sua quebra económico e recebeu assistência financeira de Peter Lim e Jorge Mendes, às custas do Valencia”.
Também a troca dos guarda-redes Neto e Cillessen entre Valencia e Barcelona será alvo da investigação. Diz o “Las Provincias” que os jogadores terão sido vendidos por valores muito acima do mercado para “evitar que Peter Lim tivesse de encarar mais de 30 milhões de euros de prejuízos nos resultados do clube valenciano”. Um “malabarismo contabilístico" que também terá sido aproveitado do lado do Barcelona.