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Futebol internacional

Os agentes de futebol voltaram à escola. E não foi fácil

FIFA vai exigir um exame aos empresários que não tinham licença antes de 2015 para manterem a atividade, ao abrigo do novo regulamento para agentes. Metade chumbou na primeira chamada. Três agentes portugueses explicam como foi o teste que deixou boa parte dos candidatos surpreendidos com a sua complexidade

Lídia Paralta Gomes

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Pedro Neto levou os materiais de estudo para uma viagem à China, onde no meio do trabalho ainda assistiu a aulas online. Raquel Sampaio focou-se mais a sério naqueles regulamentos e estatutos com um mês de antecedência e uma semana antes embrenhou-se num curso intensivo para estar mais preparada. Guilherme von Cüpper tem formação jurídica e a prática ajudou. Os três não são estudantes. Fazem parte do grupo de 147 intermediários de futebol que no dia 19 se sentaram em frente a um computador numa sala da Cidade do Futebol, sede da Federação Portuguesa de Futebol, para completarem o exame que a FIFA vai exigir a boa parte daqueles que a partir de outubro queiram trabalhar como empresários, ao abrigo do novo Regulamento de Agentes de Futebol, aprovado em dezembro.

Em 2015, o organismo que rege o futebol mundial colocou-se fora da regulação e fiscalização da atividade dos empresários de futebol. Os requisitos para exercer a profissão passaram a ser mínimos, abrindo as portas a profissionais mais preparados do que outros. Trazendo de novo a si essa responsabilidade, com as novas regras a FIFA diz pretender “fixar padrões mínimos de profissionalismo e ética”, “limitar conflitos de interesses”, “aumentar a transparência” ou “prevenir práticas abusivas e especulativas”. O exame online serve como uma primeira peneira à qual nem todos os empresários tiveram de se sujeitar: intermediários registados na FIFA ao abrigo dos regulamentos em vigor até 2015 têm dispensa, o que quer dizer que decanos da área como Jorge Mendes ou Carlos Gonçalves não tiveram de voltar a pegar nos livros. Ao contrário dos cerca de 3800 agentes de todo o mundo que se apresentaram nas respetivas federações para esta primeira oportunidade de testarem os seus conhecimentos, a troco de uma quantia que em Portugal foi de €200 por candidato — há uma nova oportunidade para fazer o exame em setembro.

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