Foi um domingo negro para equipas que vestem de azul (não em tons mais claros) na Premier League. Primeiro foi o Leicester a despedir Brendan Rodgers, 1495 depois do treinador ex-Liverpool e Celtic ter entrado pelas portas do King Power Stadium. Surpreendentes campeões em 2015/16 e equipa sólida na liga inglesa depois disso, o Leicester navega por estes dias nas agitadas águas da descida, sendo 19.º, ainda assim a apenas três pontos do 13.º posto.
Depois de Rodgers, foi Graham Potter a não resistir ao caos tão gigante quanto a sua conta bancária em que se meteu o Chelsea desde que o norte-americano Todd Boehly chegou ao clube, há um ano. Mais de 600 milhões de euros em transferências de jogadores depois, o Chelsea é 11.º e terá o seu terceiro treinador da temporada, depois de ter despachado Thomas Tuchel em setembro.
E com estes dois despedimentos, aí vão 12 mudanças de treinadores na Premier League em 10 equipas, números nunca vistos numa liga que nos habituámos a ver como ponto de referência para a forma como se deve tratar o futebol e os seus intervenientes - o anterior infame recorde era de 10 mudanças, em 2017/18. O portal Sportingpedia fez as contas às cinco principais ligas europeias e a inglesa está no topo das trocas esta temporada. Em termos percentuais, 50% das equipas da Premier League já mudaram de treinador, tal como a Ligue 1. Com a diferença que a liga francesa teve 11 mudanças de técnicos em nove equipas.
Isto coloca Portugal atrás dos números de gatilho rápido destas duas ligas. Na I Liga, sete equipas mudaram de treinador (Marítimo, Famalicão, Paços de Ferreira, Gil Vicente, Vizela, Santa Clara e Estoril), embora três delas (Marítimo, Paços e Santa Clara) o tenham feito já por duas vezes, o que perfaz 10 mudanças de treinadores.
Dizem as contas do Sportingpedia que a Bundesliga viu 39% das equipas mudarem de treinador e a Serie A, de Itália, 35%. Em Espanha, na La Liga, só 25% dos clubes despediram treinadores, embora o Elche já o tenha feito por três vezes.