Nunca houve exatamente um não rotundo, mas o tema “Lionel Messi” e o seu possível regresso à Catalunha, sempre foi tratado com relativa distância nos últimos anos em Can Barça, depois da saída forçada do jogador em 2021, motivada grandemente pelos problemas financeiros do clube. O respeito pelo jogador continuou lá, as palavras de apreço também, mas nunca com um admitir enfático da possibilidade de um reencontro.
Até esta sexta-feira.
À margem de uma conferência de imprensa focada num evento do clube, Rafa Yuste, vice-presidente do Barcelona, admitiu pela primeira vez com todas as palavras que há conversações entre os catalães e a equipa de Messi para que o regresso a Camp Nou seja uma realidade, numa altura de impasse no processo de renovação do argentino com o Paris Saint-Germain, onde nunca pareceu verdadeiramente feliz ou adaptado, indo buscar o viciante sabor da glória à seleção, com o título mundial no Catar em dezembro.
Questionado se pediria a Messi para voltar, se gostaria que voltasse e se há contactos para tal acontecer, Yuste foi claro: “A tudo diria que sim”.

Argentino em lágrimas na despedida do Barcelona, em 2021
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Yuste lamentou ter estado “nas negociações que, infelizmente, não chegaram a bom porto” com o jogador antes de este partir para Paris. “É uma espinha que tenho cravada, que não pudesse continuar”, explicou, deixando então uma frase lapidar que muito diz sobre a vontade do Barcelona em poder voltar a contar com Messi: “As histórias bonitas da vida têm de acabar bem”.
Produto gourmet da La Masía, academia do Barcelona, Lionel Messi venceu dez campeonatos espanhóis e quatro Ligas dos Campeões com a camisola do clube. Mesmo após deixar o Barcelona, o argentino nunca escondeu a vontade de se instalar na Catalunha no futuro.
A ligação do Barcelona a Messi continua a ser emocional e as palavras de Yuste isso mesmo confirma. “Quando estás apaixonado e te separas de alguém queres continuar apaixonado. Nós vamos estar para sempre apaixonados pelo Leo e ele estará pelo Barça e pela cidade”, continuou, de forma quase lírica, o responsável do clube, que diz ser “dos que acredita que o destino é sábio”.
E o destino parece querer dizer que o percurso de Messi, de 35 anos, não terminará em Paris e poderá não viajar já para destinos mais exóticos como os Estados Unidos ou Arábia Saudita. O regresso a Barcelona tem agora, pelo menos, uma forte declaração de intenções.