Portugal e Espanha são vizinhos, a paredes-meias um do outro, geograficamente colados e a fazer com que bata certa uma parceria para acolherem conjuntamente qualquer grande competição desportiva. A Ucrânia, porém, dista milhares de quilómetros de ambos os países, facto que não impediu de se juntar à candidatura ibérica que vai tentar organizar o Mundial de futebol de 2030, em ano de centenário do torneio.
Em novembro, Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), garantiu em entrevista ao jornal “Marca” que “não houve calculismo na hora de tomar a decisão”, nem uma qualquer intenção charmosa para embelezar o projeto. “O que houve foi um desejo genuíno de integrar a Ucrânia numa candidatura europeia ampliada. O futebol é muito mais que futebol, cada vez mais. Para mim, foi uma decisão lógica e natural. Seguir com esta candidatura de forma indiferente ao que se passa na Ucrânia seria incompreensível”, explicou, na altura.
Mas, afinal, a inclusão da Ucrânia na candidatura poderá estar em causa. Na quinta-feira, o “The Athletic” noticiou que o país será substituído por Marrocos na candidatura ao Mundial de 2030. Questionada sobre esta possibilidade pela Tribuna Expresso, a FPF declarou nada saber.
Os anfitriões do Campeonato do Mundo em questão apenas serão votados no Congresso da FIFA de 2024, agendado para Osaka, no Japão. Caso Marrocos, de facto, se junte a Portugal e Espanha - depois de cinco tentativas de acolher o torneio -, seria a primeira vez que uma nação africana receberia jogos do Mundial.
Para já, a candidatura ibérica que terá a coordenação técnica de António Laranjo, presidente da Infraestruturas de Portugal e responsável pela construção da Fase 3 de ampliação da Cidade do Futebol da FPF, tem duas ‘adversárias’: uma opção da América do Sul, onde Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai se juntam na égide da comemoração dos 100 anos do primeiro Mundial, que se jogou em campos uruguaios; e outra mais dispersa, com Arábia Saudita, Egito e Grécia unidas numa candidatura.