Tradição semelhante é vista, há muito, no lado verde de Sevillha. Todos os anos, em dezembro, um jogo caseiro do Betis é definido para os adeptos manifestarem a sua solidariedade em forma de chuva, levando brinquedos para o Benito Villamarín e arremessarem-nos das bancadas. O cenário é bonito, a intenção ainda melhor: são milhares de peluches a serem atirados das bancadas, todos para serem oferecidos a crianças desfavorecidas. A tradição teve agora eco a milhares de quilómetros para Este.
No domingo, em Istambul, quando o relógio do Besiktas-Antalyaspor marcava quatro minutos e dezassete segundos, o jogo parou, já repleto de simbolismo. A essa hora, a 6 de fevereiro, sentiu-se o primeiro dos sismos devastadores que abanou com destruição o sul da Turquia e o norte da Síria. Mais de 50 mil mortes já foram confirmadas, o número continua a aumentar quase a diário e a Vodafone Arena reservou um gesto comum para este encontro.
Assim que a ação no relvado parou, os adeptos começarem a projetar brinquedos de peluche para dentro de campo, inundando a relva com oferendas destinadas às crianças vítimas da tragédia causada pelos terramotos. Nos ecrãs gigantes do estádio surgiram as 11 províncias do país afetadas pelos dois terramotos: o primeiro, de magnitude 7.7 na escala de Richter, o segundo com 7.3.
Em 2011, os adeptos do Besiktas tinham feito o mesmo, então em apoio às pessoas afetadas por outro abalo sísmico na Turquia. O jogo deste domingo terminou com um empate sem golos.