O Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani é o emir do Catar e tem planos ambiciosos para o futebol europeu. Através da empresa Qatar Sports Investments, o proprietário do Paris Saint-Germain, que tem também uma percentagem da SAD do SC Braga, pretende agora comprar o Manchester United.
A família Glazer colocou o clube à venda em novembro, colocando um ponto final da ligação de 17 anos ao United. Segundo os ainda proprietários, 6 mil milhões de libras é o preço a pagar pelo clube de Manchester, mas o emir acredita que 4,5 mil milhões de libras é um preço mais realista.
Só que a discórdia em relação ao valor final não é o único problema no caminho para a concretização do negócio. Uma vez que já é proprietária do PSG, para avançar com a ideia, a empresa teria que encontrar forma de convencer a UEFA. É que, segundo as regras, não é permitido que clubes que se cruzem na mesma competição, como é o caso da Liga dos Campeões, tenham o mesmo proprietário, posição maioritária na estrutura acionista ou poder de influência.
Segundo o ‘The Guardian’, do lado do Catar já se está a procurar uma forma de contornar esta questão, sendo que a solução pode passar por comprovar à UEFA que, apesar de terem o mesmo dono, o United não seria administrado pela mesma estrutura e profissionais do PSG. Para ajudar no caso, o grupo pretende usar o exemplo do Red Bull Salzburg e do RB Leipzig, clubes da Áustria e Alemanha que ainda esta temporada participaram na Liga dos Campeões e em 2018 se defrontaram na Liga Europa.
Os dois clubes pertencem ao fabricante de bebidas energéticas Red Bull GmbH. Nesta situação, a UEFA verificou até que a marca teve influência direta nos dois clubes, mas o controlo financeiro (CFCB) não considerou haver motivos suficientes para avançar com outras medidas. Entretanto, alguns elementos da estrutura das duas equipas ligados à Red Bull foram retirados dos cargos e acordos entre os clubes terminados.
Caso este precedente não for motivo suficiente, existe ainda a proximidade de Nasser al-Khelaifi, presidente do PSG e da Qatar Sports Investments, à UEFA. De recordar que quando surgiu a proposta para a criação da Super Liga europeia, o presidente recusou incluir o PSG na lista de clubes a participar, tornando-se entretanto presidente da Associação Europeia de clubes.